sábado, 21 de dezembro de 2013

Só pr'acabar a semana

No passado dia 29 de Novembro, a Plataforma Activa da Sociedade Civil promoveu na Sala do Senado da Assembleia da República um debate sobre o "Regime de Incompatibilidade dos Deputados da Assembleia da República".
Durante mais de três horas foram muitos os contributos para melhorar a transparência de actividade dos eleitos para o Parlamento. No entanto, dos 230 deputados, apenas um (talvez por ter decorrido numa sexta-feira à tarde...) se dignou estar presente (Mendes Bota - presidente da Comissão de Ética da AR) e assim participar nesta importante discussão que tem sido alimentada por vários sectores da sociedade civil, mas que parece pouco ou nada interessar aos nossos eleitos. Porquê?
Aqui fica um cheirinho da justificação:

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Responde lá, ó Crato!

De entre as * diversas reacções dos professores à sua "prova de avaliação" marcada para hoje pelo ministério da Educação, deixo aqui a que mais me impressionou pela repulsa causada, pela incompreensão que continuo a sentir por esta dúvida lançada pelo ministério/ministro sobre a qualidade de ensino das suas Universidades/Escolas Superiores que formam professores e, principalmente,  pela inteligência da pergunta que a entrevistada lança a Nuno Crato:
"- O ministro Nuno Crato anda a fazer de nós, professores, autênticos fantoches!
- Eu tirei o curso de educação física e desporto escolar, fiz mestrado, estagiei dois anos (com relatórios semanais dos avaliadores) e trabalho há quatro anos como professora de educação física no ensino público. O que é que o senhor ministro me quer avaliar? O quê? 
- Será que Nuno Crato foi obrigado a fazer prova de avaliação antes de lhe entregarem o cargo de ministro?" 
 (* Antena1)   

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Parabéns Francisco!


Há poucos dias, o Papa Francisco foi reconhecido pela revista TIME como a personalidade do ano 2013. O que, nos tempos que correm e dada a inegável popularidade que adquiriu em tão pouco tempo de pontificado, ninguém estranhará.
Dias antes, na última semana de Novembro, publicara a sua exortação apostólica Evangelii Gaudium (a Alegria do Evangelho) - documento corajoso, auto-crítico, cheio de indicações para o interior da sua Igreja, que alerta para os"  inflexivelmente fiéis a estilos católicos próprios do passado", sublinhando a necessidade de aumentar a responsabilidade dos leigos, mantidos "à margem nas decisões" por um "excessivo clericalismo". bem como a de “ampliar o espaço para uma presença feminina mais incisiva”. Onde o Papa denuncia o actual sistema económico, preso a um "mercado divinizado", priorizando os mais pobres e vulneráveis como destinatários da acção da Igreja e dos sistemas políticos e financeiros. 
É isto, pois, que, hoje, dia do 77º aniversário de Jorge Mario Bergoglio, o mundo inteiro deve juntar na parabenização do Papa Francisco, erguendo votos ao Céu para que continue "a santa ousadia de buscar novos caminhos". 
Amém!

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Há dias de sorte (e/ou Fé em Deus)

 
Crónica resumida e simplificada de uma ocorrência no S. N. Saúde:

09,30h : entrada/registo no hospital de Peniche. Queixas: traumatismo  crâneano e dores no ombro;
10,00h : chamada e consulta ao gabinete médico;
10,30h : exame na sala de RX;
11,00h : reexame médico com decisão de transferência ("urgente") para o hospital de Caldas da  Raínha;
12,00h : entrada/registo no hospital de CR;
12,15h : triagem com classificação "laranja";
12,45h : exame médico com requisição de exame TAC à cabeça;
15,15h : feito exame TAC (depois de insistência pessoal e busca da requisição);
17,00h : "entrega de relatório (tac) ao sistema" - informação dada a pedido insistente;
19,00h : após repetidas insistências pessoais, exame médico com diagnóstico final, tratamento e prescrições. 
19,30h : registo/saída do hospital de Caldas da Raínha.  

-----------------

"Traduzindo" (muito grosseiramente) a frase de Bukovsky da foto:
 "haja saúde e muita Fé - em Deus ou na sorte!"

domingo, 15 de dezembro de 2013

O porquê das coisinhas

Apesar do seu abafo na imprensa, as redes sociais deram eco à exposição da pintora portuguesa Paula Rego em Londres (jan-março/2013) "The Dame with the Goat's Foot", de onde se destaca este quadro.
Uma figura de "palhaço rico" (onde se reconhecem parecenças com uma figura parda nacional) aparece com um pé no pedestal, a mamar nos seios de uma velha decrépita e aperaltada com um chapéu. O palhaço com a mão esquerda "coça a micose". A velha pode representar a política, ou a nação. O quadro chama-se 'A Última Mamada' ('the last feed').
Curiosamente, passadas duas semanas, o presidente da República manda publicar o decreto-lei que extingue a Fundação Paula Rego...
É caso para pensar: há coincidências do camandro!!!

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Espasmos


"Felizmente, não tenho de fazer provas de vida, e principalmente afirmo-me pela substância das minhas ideias, não pelo absurdo delas"

    
(Nuno Melo - Eurodeputado do CDS-PP)

domingo, 8 de dezembro de 2013

Diálogo colorido



 

-Acho que estou a passar a fase de maior actividade sexual da minha vida.
.Fixe. Fizeste alguma coisa para isso?
-Fiz. Comecei uma dieta.
.Uma dieta?!?!
-Sim. À noite, como não posso ir ao frigorífico buscar pão com manteiga, fico tão tensa que tenho que fazer alguma coisa com o meu marido.
.Okay, mas não lhe expliques isso assim...
-Já expliquei.
.Já?!
-Já. Ele perguntou-me o que é que se passava...
.E reagiu bem?
-Acho que sim. Disse qualquer coisa do tipo: "que se f**a!".

sábado, 7 de dezembro de 2013

06/12 (Reuniões)

Uma história (quase tão) bonita como a que ontem, os ex-BNU's-Peniche celebraram, numa reunião de trabalho no restaurante Canhoto, recordando  amigos, colegas e tempos em que as pessoas eram bem mais importantes no negócio bancário.(Bastante diferente, portanto, do que hoje acontece na Banca.)

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

PoemArma


Que o poema tenha rodas motores alavancas
que seja máquina espectáculo cinema.
Que diga à estátua: sai do caminho que atravancas. 
Que seja um autocarro em forma de poema. 

Que o poema cante no cimo das chaminés 
que se levante e faça o pino em cada praça 
que diga quem eu sou e quem tu és 
que não seja só mais um que passa.

Que o poema esprema a gema do seu tema 
e seja apenas um teorema com dois braços. 
Que o poema invente um novo estratagema
para escapar a quem lhe segue os passos.

Que o poema corra salte pule 
que seja pulga e faça cócegas ao burguês 
que o poema se vista subversivo de ganga azul 
e vá explicar numa parede alguns porquês

Que o poema se meta nos anúncios das cidades 
que seja seta sinalização radar 
que o poema cante em todas as idades 
(que lindo!) no presente e no futuro o verbo amar.

Que o poema seja microfone e fale 
uma noite destas de repente às três e tal 
para que a lua estoire e o sono estale 
e a gente acorde finalmente em Portugal.

Que o poema seja encontro onde era despedida. 
Que participe. Comunique. E destrua 
para sempre a distância entre a arte e a vida. 
Que salte do papel para a página da rua
.
Que seja experimentado muito mais que experimental 
que tenha ideias sim mas também pernas 
E até se partir uma não faz mal: 
antes de muletas que de asas eternas . 

Que o poema fique. E que ficando se aplique 
A não criar barriga a não usar chinelos. 
Que o poema seja um novo Infante Henrique 
Voltado para dentro. E sem castelos.

Que o poema vista de domingo cada dia 
e atire foguetes para dentro do quotidiano. 
Que o poema vista a prosa de poesia 
ao menos uma vez em cada ano. 

Que o poema faça um poeta de cada 
funcionário já farto de funcionar. 
Ah que de novo acorde no lusíada 
a saudade do novo o desejo de achar.

Que o poema diga o que é preciso 
que chegue disfarçado ao pé de ti 
e aponte a terra que tu pisas e eu piso. 
E que o poema diga: o longe é aqui. 
 
Manuel Alegre 

domingo, 1 de dezembro de 2013

A austeridade? dói, garantidamente!

A curiosidade de perceber porque é que até alguns dos grandes economistas portugueses sem ligações partidárias, normalmente pouco opinativos no passado,  resolveram juntar a voz à contestação da actual governação do país e, também, o poder assistir ao vivo a Mark Blyth colocando em causa as políticas de austeridade impostas nos países em recessão (especialmente em Portugal) fez-me, anteontem, assistir à conferência "A austeridade cura? A austeridade mata?" - organizada pelo CIDEEFF da Faculdade de Direito de Lisboa.
Eu sabia que ia correr o risco de ter alguma dificuldade em entender o inglês técnico e directo de Blyth. O que eu não sabia é que toda a conferência seria falada em inglês... Com (muita) pena minha.
Com muita pena minha, porque, não sendo propriamente uma língua estranha a qualquer um dos oradores, achei que esta (elitista? e inconcebível) opção dos organizadores limitou em muito a fluência das opiniões dos conferencistas, desviando-os do seu habitual fluxo de raciocínio na língua de Camões.

Ora, ouvir em inglês o €uro-contestatário João Ferreira do Amaral e a ainda crente, mas sempre concisa Teodora Cardoso, ou a eloquência (até em língua diferente) de César das Neves explicando as "falácias da crise", bem como  ao sempre-mais-político-que-economista Francisco Louçã não deixar escapar as actuais negociatas portugueses tipo BCP/ControlInvest, será mais ou menos o mesmo como se William Shakespeare nos recitasse os Lusíadas...
Mas, no final, todos mais ou menos felizes (que a austeridade dói mais a uns que a outros...) ficaram(-me) definitivamente três ideias chave: a crise tem muitíssimo mais a ver com o sistema financeiro do que a teoria do free lunch ("comer" e não pagar) como nos querem fazer crer, reformar o Estado e mudar as suas  regras é urgentíssimo e terão de ser os portugueses a mandar no processo, propondo um modelo exequível de regularização da sua dívida.
-------------------
Em rodapé, quero agradecer:
.aos meus pais, por me terem possibilitado aprender a língua inglesa;
.aos meus filhos, pelas suas tendências musicais de adolescência/juventude passarem por temas anglo-saxónicos, obrigando-me a perceber korn, Nirvana, Pearl Jam, Sublime e mais uns tantos;
.a mim próprio, por continuar a reservar-me um lugar para o saber.