"Somos um Estado falhado porque não somos capazes de defender a vida dos cidadãos" (Miguel Sousa Tavares - SIC)
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Mais de uma centena de mortos depois e mais outros tantos feridos, mais de trezentos e cinquenta mil hectares de floresta ardida depois e milhões de euros de prejuízos, mais de 80% do histórico pinhal de Leiria queimado depois, Portugal falhou.
Dizem que foi terrorismo? Foi.
Foi, porque, no problema INCÊNDIOS FLORESTAIS, os negócios suspeitos proliferam há décadas - impunemente; foi, porque o desleixo individual e colectivo faz parte da nossa cultura de secundarização do "prevenir"; foi, porque o amiguismo e o carreirismo partidário vêm-se sobrepondo à meritocracia na ocupação dos lugares da administração central; foi, porque o sistema que nos rege está contaminado por ramificações do poder económico que impedem a elaboração e execução de políticas fundamentadas no conhecimento e, ao mesmo tempo, avaliadas e responsabilizadas; foi, finalmente, porque somos um povo politicamente cobarde, que teima em subscrever teorias, não pelo que delas percebemos, mas só porque outros as defendem, e, quando as coisas correm mal, achamos que uma velinha à senhora de Fátima ou um telefonema para o 760-não-sei-quantos vai resolver a tudo (especialmente algum do complexo de culpa que nos rói a alma).
A chuva está aí para ajudar a "resolver" o imediato.
Esperemos que também não sirva para que se voltem a lavar as mãos cheias das irresponsabilidades que fizeram o Estado falhar tão dramaticamente.
Dizem que foi terrorismo? Foi.
Foi, porque, no problema INCÊNDIOS FLORESTAIS, os negócios suspeitos proliferam há décadas - impunemente; foi, porque o desleixo individual e colectivo faz parte da nossa cultura de secundarização do "prevenir"; foi, porque o amiguismo e o carreirismo partidário vêm-se sobrepondo à meritocracia na ocupação dos lugares da administração central; foi, porque o sistema que nos rege está contaminado por ramificações do poder económico que impedem a elaboração e execução de políticas fundamentadas no conhecimento e, ao mesmo tempo, avaliadas e responsabilizadas; foi, finalmente, porque somos um povo politicamente cobarde, que teima em subscrever teorias, não pelo que delas percebemos, mas só porque outros as defendem, e, quando as coisas correm mal, achamos que uma velinha à senhora de Fátima ou um telefonema para o 760-não-sei-quantos vai resolver a tudo (especialmente algum do complexo de culpa que nos rói a alma).
A chuva está aí para ajudar a "resolver" o imediato.
Esperemos que também não sirva para que se voltem a lavar as mãos cheias das irresponsabilidades que fizeram o Estado falhar tão dramaticamente.
(Foto de Adriano Miranda /in:Público)
1 comentário:
Um dia depois de deixar o cargo, António Correia, ex-presidente da Câmara Municipal de Peniche, é confirmado como assessor autárquico do Município de Cascais para as áreas do surfing, do mar e da náutica de recreio. O seu principal objetivo será trazer o campeonato do mundo de surf para Cascais a partir de 2019. http://www.cm-cascais.pt/noticia/acorreia-novo-assessor-cascais
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