quarta-feira, 24 de março de 2021

Escolh'outro

CLICAR IMAGEM
Não é que o PS não tenha culpaS no cartório das privatizações, mas a verdade é que, quererem (quer a Direita ressabiada, quer a Esquerda encornada) fazer puxa-saco com Pedro Nuno Santos, não será o mais indicado.
Primeiro, porque - à moda dos "homens do norte" que não vão à manicure aparar a ponta das unhas - ainda faz gala de dizer (quase) tudo o que tem na cabeça e não nas folhas A4 com o emblema, vindas das ¿sedes?
dos partidos.
Depois, porque não hesita em confrontar a versão SARS-cov2 do capitalismo que os advogados do neoliberalismo à portuguesa defendem, quando acusam o Estado de não ressarcir minimamente os prejuízos das empresas e empresários (que na minha terra se chamam "barcos da casa") com quem, incessantemente, arquitectam formas de não declarar lucros colectáveis.
Por último, porque PNSantos faz da voz a sua melhor arma; e se o timbre lhe facilita o discurso, a sua alta frequência e intensidade podem valorizar o seu argumentário em hemiciclos políticos tão disfónicos (e afónicos) como os que frequenta e que, quer como governante, quer como militante partidário, fazem dele mestre da democrática hipocrisia política portuguesa que, há 47 anos, tirou o Poder à outra hipocrisia política portuguesa: a de Deus, Pátria e Família!

domingo, 21 de março de 2021

Domingo, dia de tomar banho e...

...IMAGINAR "onde escolherias ficar, se o fim do mundo estivesse próximo? se houvesse mais cinco minutos de ar?"


terça-feira, 2 de março de 2021

Ode assimétrica à Papôa

Há dezenas de anos que por aqui passo, dia sim dia não, ou nem tanto, ou talvez não...
Cruzei com gente de todo o lado: fina, grosseira, ordinária, delicada, brejeira, nacional ou estrangeira.
Assisti ao nascer e ao pôr do sol,  senti ondas e marés de todos os tamanhos; olhei gaivotas, corvos, galhetas e pássaros estranhos.
Senti trovoadas, ventanias, chuvadas e noites frias.
Mirei o céu azul ou verde-mar, pelei em dias solarengos de queimar.
Vi polícias, topei ladrões, gritei aos bandidos das infrações.


Aqui nunca cheguei a tempo de salvar quem correu prá morte, mas irritei-me com muitos dos que dela troçam, e da sorte.
Por aqui já vi fazer o amor, ou rezar a deuses e macumbeiros. Inspirei guanos, perfumes e cheiros.
Notei gente cansada do seu dia, ou grata pelo que a noite lhe deu - sem agonia.
Há dezenas de anos que por aqui passo e, nunca como hoje, senti o enorme vazio desta paisagem. 
Então, curiosamente, lembrei-me que aqui nunca vi ninguém chorar.
                                                                             Por isso chorei eu!