quarta-feira, 30 de junho de 2010

Quem não joga para ganhar ...

Apesar da distância, e do intenso cheiro do perfume "Aparence - pour home" exalado pelo balneário português, apesar da inquestionável (e milionária) diferença de qualidade individual entre "ellos" e os nossos, apesar de José Sócrates ter dado à selecção a sua (tanto corriqueira como ineficaz) benção de optimismo, apesar de tudo... eu tinha uma "fezada".
Afinal...
A armada portuguesa estratégicamente fundeada pelo infante D.Queiroz no mar português não resistiu à forte vontade de conquista das naus espanholas - objectivas, sempre mais rápidas e acutilantes.
Ainda por cima, CR7 - a melhor (?) caravela portuguesa, nunca pegou a rota certa e perdeu-se: no nevoeiro da fama
.
E "prontos", venha de lá o Verão - com todas as suas coisas boas. Que das más estamos fartos (e ainda a procissão vai no adro)!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Tempo de piedades enganadoras


Hoje, com apenas dez minutos para blogar, quer o google, quer a.b.r.i.l., evocando o 110º aniversário de Antoine Saint-Exupéry fizeram-me recordar uma passagem deste escritor (in Cidadela), cuja versatilidade admiro e sempre me faz render à Excelência.

"Houve uma altura da minha mocidade em que senti piedade pelos mendigos e pelas suas úlceras. Até chegava a apalavrar curandeiros e a comprar bálsamos por causa deles. As caravanas traziam-me de uma ilha longínqua unguentos derivados do ouro, que têm a virtude de voltar a compor a pele ao cimo da carne. Procedi assim até descobrir que eles tinham como artigo de luxo aquele insuportável fedor. Surpreendi-os a coçar e a regar com bosta aquelas pústulas, como quem estruma uma terra para dela extrair a flor cor de púrpura. Mostravam orgulhosamente uns aos outros a sua podridão e gabavam-se das esmolas recebidas. Aquele que mais ganhara comparava-se a si próprio ao sumo sacerdote que expõe o ídolo mais prendado. Se consentiam em consultar o meu médico, era na esperança de que o cancro deles o surpreendesse pela pestilência e pelas proporções. Chegavam a empregar os cotos para conquistar um lugar no mundo. Daí também o aceitarem os cuidados como uma homenagem e oferecerem os membros a abluções bajuladoras. Mas, apenas o mal os deixava, descobriam-se sem importância. Já nada alimentavam que fosse deles próprios, davam-se por inúteis. O único remédio era ressuscitar de novo essa úlcera que vivia à custa deles. E, uma vez envoltos de novo no seu mal, gloriosos e vãos, pegavam na escudela, e tornavam a empreender o caminho das caravanas. Voltavam a espoliar os viajantes em nome dos seus sórdidos deuses."

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Peneiras

Se houvesse um planeta chamado OPTIMISTA, José Sócrates seria o sol lá do sítio.


O seu optimo-porreirismo é tal que, nem as nuvens deste tipo o fazem esmorecer.


Como se não bastasse o anticiclone de Belém ...

sábado, 26 de junho de 2010

sexta-feira, 25 de junho de 2010

O abraço de João G

Vou-me embora, vou partir mas tenho esperança
de correr o mundo inteiro, quero ir
quero ver e conhecer rosa branca
e a vida do marinheiro sem dormir

E a vida do marinheiro branca flor
que anda lutando no mar com talento
adeus adeus minha mãe, meu amor
eu hei-de ir hei-de voltar com o tempo

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Portuguese Flags

"give me papo-secos, give me cheese, that's what makes me Portuguese"

... o hino que devemos ensaiar nas próximas 24 horas;

... ou (mais) uma das razões que levam os nossos a emigrar com a bandeira no coração.


quarta-feira, 23 de junho de 2010

terça-feira, 22 de junho de 2010

Abo ka tem cabeça

A criatividade portuguesa não é só "show de bola".
Ontem, em Cannes, um Projecto Português mereceu destaque e foi premiado.
Mas, antes, o melhor prémio foi o que daqui resultou.



Apesar de tudo, a dúvida permanece: quando é que os guineenses se deixam viver em paz ?
Assim, como por lá se diria: "Puti furadu ka ta enci iagu" ("pote furado não se enche de água").

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sabe(r) a peixe

Se há coisa que a malta penicheira sabe é de peixe, não é? pois...

Por isso, quando de peixe se trata - como aqui - não custa nada dar uma ajudinha: que é como quem diz, contribuir para melhorar a ideia.



sábado, 19 de junho de 2010

Azulejar

Na belle époque da construção civil portuguesa, um conhecido "pato-bravo" nortenho (mais tarde repescado para deputado da nação) chamou o seu engenheiro e exigiu que a piscina da sua vivenda fosse revestida a verdelejos.
- verdelejos, senhor doutor? (licenciado em esperteza saloia)
- sim, verdelejos. Gosto mais do verde e começo a estar farto das piscinas com azulejos!



quinta-feira, 17 de junho de 2010

PP - Peniche Petroleum : Um derrame de imaginação

Voltando às Conferências do Forte, mais precisamente à do passado dia 9 sobre Mar : Economia e Inovação, a dada altura o petróleo do mar penicheiro "jorrou" para a assembleia como sendo um dos possíveis sustentáculos da nossa nova economia.
Apesar da visivel excitação proporcionada pelas expectativas que tamanha riqueza permitem imaginar, a veia ambientalista do presidente António Correia fez com que perguntasse ao palestrante (excelente, diga-se) prof. Borges Gouveia "se, o cenário vivido recentemente no golfo do México e costa leste dos Estados Unidos, poderia vir a acontecer num futuro off-shore em Peniche".
A resposta remeteu a solução para "o ter-se a capacidade de antecipar este tipo de desastres e acautelar penalizações no clausulado contratual da concessão da exploração".
Foi por isso que, hoje, me lembrei disto:


quarta-feira, 16 de junho de 2010

Os encalhados

Depois de, voluntariamente, ter assistido às duas Conferências do Forte realizadas pelo Presidente da Câmara Municipal de Peniche, concluí que:
- continuam as encenações à volta de dois dos principais temas da sociedade penichense. Ou seja, continua-se a tratar a Fortaleza e o Mar Penicheiro como duas óperas bufas. E, se é inquestionável a categoria dos tenores, o libreto mostra-se completamente inadequado às potencialidades dos temas, gorando as expectativas da assistência (da voluntária, claro!);
- não será com este tipo de espectáculos que o futuro de Peniche se definirá; não poderá continuar a ser assim o combate ao tradicional desinteresse interventivo da população sobre as temáticas locais.

Soluções? não tenho. Mas acredito que as haja, mobilizadoras, de uma forma mais objectiva e profissional se for esse o verdadeiro interesse de quem por cá governa (até porque não é nada adverso a rodear-se da competência bem paga).

Caso contrário, a Fortaleza vai ruir com a indiferença do(s) Poder(es). E o Mar, ainda aqui tão perto, afastar-se-á mais e mais da vida penicheira, tornando-a como uma praia em hora de maré baixa: vazia.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Vuvuzela fofoqueira

Depois dos comentários pouco "queirozianos" feitos por Anderson Luis de Sousa sobre a (esperada) desilusão da selecção nacional no jogo de hoje contra a equipa da Costa do Marfim, acho que o senhor professor Carlos deve fazer, rápidamente, duas coisas:

- mandar o rapazinho para casa, onde quer que isso fique;

- chamar à selecção a ex-senhora Deco, que é como quem diz dona Jaciara.

Pelo menos, assim, a rapaziada ficará muito mais animada com o luso-brasileirismo de conveniência...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Vai uma voltinha ?

Portugal adoptou definitivamente a moda das rotundas, que é como quem diz "vai dar uma volta". Por esse país fora é um regalo vê-las como se de autênticos polícias-sinaleiros se tratassem.
Não fossem a ignorância, a inabilidade e a teimosia à boa moda portuguesa e, provavelmente, a sua eficácia enquanto reguladora de trânsito seria o resultado prático da sua existência.
Mas (ainda) não é bem assim, pois não é raro verificar que a regra do "salve-se quem puder" é a mais seguida pelos rotundeiros nacionais.
Eu próprio, confesso, demorei algum tempo a resignar-me às regras da circulação em rotundas, conforme o código da Estrada. E porquê?

Porque ainda há muita (mas muita) gente que faz isto ao contrário:

Tendo em conta as disposições aplicáveis do Código da Estrada, na redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei nº 44/2005, de 23 de Fevereiro, constantes dos artºs 13º, nº 1; 14º, nºs 1 a 3; 15º, nº 1; 16º, nº 1; 21º; 25º; 31º, nº 1, c) e 43º e as definições referidas no artº 1º do mesmo Código, na circulação em rotundas os condutores devem adoptar o seguinte comportamento:


1- O condutor que pretende tomar a primeira saída da rotunda deve:

  • Ocupar, dentro da rotunda, a via da direita, sinalizando antecipadamente quando pretende sair.

2 - Se pretender tomar qualquer das outras saídas deve:

  • Ocupar, dentro da rotunda, a via de trânsito mais adequada em função da saída que vai utilizar (2ª saída = 2ª via; 3ª saída= 3ª via);
  • Aproximar-se progressivamente da via da direita;
  • Fazer sinal para a direita depois de passar a saída imediatamente anterior à que pretende utilizar;
  • Mudar para a via de trânsito da direita antes da saída, sinalizando antecipadamente quando for sair.


domingo, 13 de junho de 2010

Domingo, dia 13


Superstições à parte, hoje é um 13 para lembrar a excelência de três portugueses:

- este,santo.

-
este e esta, nem tanto.

Às vezes sou o Deus que trago em mim

E então eu sou o Deus e o crente e a prece

E a imagem de marfim

Em que esse deus se esquece.

Às vezes não sou mais do que um ateu

Desse deus meu que eu sou quando me exalto.

Olho em mim todo um céu

E é um mero oco céu alto.

Fernando Pessoa