sábado, 30 de abril de 2011

Surrealisticamente (4)








"Publicitariamente, o homem é a mais nobre conquista do detergente.
Religiosamente, é o altofalante do invisível e do inexistente.
Politicamente, é um catavento que indica de onde vem a palavra.
Cientificamente, é a prova mais recente da morte.
Cronologicamente, é um grande macaco que luta para inventar-se um porvir.
Musicalmente, é um canal hi-fi que só retransmite sons inúteis e discordantes".

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Crónica de plebeu

Era uma vez uma jovem e bela rapariga que passeava pelos bosques das histórias de fadas e avistou ao longe o jovem princípe que habitualmente sempre, por aqui, aparece.
Confirmada a coincidência de caminhos, a jovem (Queite de seu nome) fingindo-se desmaiada deixou-se caír a poucos metros de Guilherme - o real caminheiro desta lenda.
- Que tendes jovem senhora? perguntou, ao mesmo tempo que (saborosamente) lhe aplicava as manobras de reanimação recentemente aprendidas no curso de socorrismo.
Queite, fingindo reanimar-se, respondeu: - Nada, senhor. Fiquei assim porque perdi o cabaço e os meus padrastos não me vão perdoar se eu não encontrar quem diga que lho entreguei!
Guilherme, apaixonadamente, segredou-lhe: - Oh minha gentil e bela criatura, se é esse o problema chamai tão malvados progenitores para que lhes possa garantir que vós me entregastes o cabaço, e que, se preciso for, o mandarei dourar nos melhores ourives da capital do reino, transformando-o em cabaço real.

Moral da história, hoje: "e não é há parvoíces como esta que atraem milhões e milhões de pessoas...?"

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Submersões

Um primo meu, habilidoso da matemática, quando não conseguia concluir contas de cabeça justificava-se com uma "inesperada falta de pilhas na calculadora".
Pois bem, a minha notícia preferida de hoje leva-me a fazer umas contas simples e rápidas - assim não me faltem as pilhas: se cada submarino ao serviço da nação leva 33 pessoas a bordo, significa que o Tridente e o Arpão poderão transportar 66 cidadãos nacionais.
Pergunta: a concretizar-se o afundamento do país quem é que salva os restantes 9.999.934 portugueses ?

terça-feira, 26 de abril de 2011

Tal mãe, tal filho

Há quem beba para esquecer.
Eu prefiro outras formas. E como os principezinhos estão de casamento à porta...


segunda-feira, 25 de abril de 2011

Memórias curtas

Como se sabe, os deputados da nação, apesar de receberem o ordenado deste mês, entenderam que a Assembleia da República, porque formalmente dissolvida, não deveria comemorar o dia de hoje.
Fiquei perplexo.
Porque a situação é de deixar qualquer um de boca aberta, não resisti a dedicar-lhes esta excelente lembrança.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Vida cruxificada

Maria e eu conhecemo-nos como se fosse desde sempre. Os nossos sentimentos mútuos remontam a um qualquer dia da nossa vida em que nos cruzámos por qualquer motivo e criámos uma tão grande e genuína amizade que, quando nos encontramos parecem reduzidas a nada a centena de quilómetros e os meses e meses passados sem nos vermos.
Ontem, coisa rara, tinha uma mensagem sua na minha caixa de correio electrónico. Dolorosa, violenta, mas ao mesmo tempo cheia de amor.
Hoje, aproveito o simbolismo do dia, para aqui deixar a minha prova de admiração pela coragem, dedicação e esperança de uma mãe cujo calvário simboliza tão bem muitas da vidas cruxificadas que todos nós conhecemos.

“ … as coisas não estão lá muito bem com a minha cabeça. A minha parte emocional é 90% de mim e quando vai abaixo, é a pique. Deve ser Karma porque está provado que sossego, serenidade e tranquilidade, não são para mim.

Depois das travessuras por que tenho passado e do terrível último ano no desemprego com a casa cheia de filhos e netos, o acaso levou-me a encontrar um bom emprego. Começava até, outra vez, a sentir alívio, serenidade, quase a sentir um cheirinho a felicidade (até já ia ao ginásio há 2 meses) e bum!!! A minha filha do meio foi internada numa clínica de desintoxicação de alcóol e drogas.

Que ela bebia demais, não era segredo, nunca escondeu. Que snifava cocaína, eu até já conseguia admitir; mas, de há 2 meses a esta parte, as coisas complicaram-se. Ela começou a auto-mutilar-se e eu comecei a bater mal. A roer-me por dentro. Numa das últimas disse-lhe que não me chamasse mais para ver sangue, que quando pedisse ajuda para se tratar eu estaria presente.

Assim foi. Fez domingo 8 dias, ligou a pedir por tudo, que não a deixasse sofrer mais, queria curar-se, e, foi nesse dia, que fiquei a saber até que ponto a minha filha tinha descido no mundo da droga e prostituição.

Ando num stress desgraçado, são 10.000 euros para eu pagar e o pai diz que o problema é meu, que eu quis ficar com ela. Por isso, só com a ajuda das minhas 2 cunhadas e de gente amiga é que consegui os 25% exigidos para entrada na clínica.

Entretanto comecei a entrar em pânico. Pânico que ela não cumpra os 3 meses de internamento, pânico do que ela fará quando vier novamente para a rua e pânico porque não consigo arranjar um trabalho em part-time para depois do horário do meu emprego e fins de semana, como já tive de fazer e pânico por ir novamente trabalhar 7 por 7.

Como vês é muito pânico para um corpo 55 (anos, altura e peso). Sinto-me só, sem forças e revoltada com as pessoas mesquinhas do nosso mundo mesquinho.

… e desculpa o desabafo, mas não consigo, no momento, ter uma conversa normal com quem quer que seja.”

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A(s) consequência(s) da verdade

A falácia da composição ou como inverter o paradigma - fazendo com que o problema passe a fazer parte da solução.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Comissões

Andava eu a (re)ler Eça de Queiroz quando a família resolveu dar-me a notícia: "o Basílio é cá dos nossos!"
Sócrates gerindo a agenda socialista com o seu habitual cá se fazem cá se pagam, ou haverá por aqui alguma influência assolapada, fruto dos dotes conquistadores do Horta, qual primo Basílio?


terça-feira, 19 de abril de 2011

Surrealisticamente (3)

Historicamente, o homem é um cadaver de um verdugo ou de uma vítima.
Teatralmente, é o interprete monocorde de um monólogo sem interesse.
Geometricamente, é uma subtração final que se toma por uma adição.
Industrialmente, é uma máquina para fazer girar as maquinas.
Sideralmente, é uma merda de mosca perdida no meio das galáxias.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Atracção fatal

Não(?) sei a mando de quem, José Sócrates criou à volta da palavra FMI o mesmo temor com que o salazarismo benzeu algumas palavras da sua época, como socialismo, democracia ou liberdade.
À medida que os esbirros da alta finança avançam na sua análise sobre alguma da verdade financeira da governação Portuguesa, é cada vez mais evidente, até aos olhos do mais leigo cidadão-contribuinte-eleitor, a premência de uma qualquer intervenção de fundo nas finanças do Estado, venha a ela a ter o nome (e as consequências) que tiver, tal o ponto de falência do 25 de Abril em que - como diria Otelo Saraiva de Carvalho - deixaram caír o país.
Se já por si, a sigla FMI (de Fundo Monetário Internacional) acarreta expectativas sociais pouco animadoras, as notícias do que se está a passar nas deprimidas almas Grega e Irlandesa pouco abonam em sua defesa psicológica.
Acho até que os sociólogos portugueses deveriam começar a experimentar mudar a imagem da palavra FMI.
Se, por exemplo: Fundo de Melhoramentos dos Infelizes.
Então, mantendo as suas principais e dolorosas características, não era mais atractiva?

domingo, 17 de abril de 2011

Eco-escultura

Apesar dos investimentos feitos na área ambiental - quer pelo município, quer por alguns dos industriais poluidores - o "mau cheiro" em Peniche continua a ser o problema cuja não solução já merece honras de incompetência.
Se, em alguns locais o flagelo depende do "vento de feição", na zona fronteiriça à praia da Gambôa não há ventilação que valha, a qualquer hora do dia.
Como darwinista que me vou tornando pela forma actual com que "o mundo pula e avança" julgo que sobreviverei às leis da incompetência generalizada que o vêm governando, como tudo à nossa volta o demonstra.
Por isso, assumi-me penicheiro e habituei o olfacto às agressões locais, aceitando os cheiretes como parcela do custo final da minha qualidade de vida .
O que não quer dizer que o mesmo se passará com quem nos visita - de pé descalço, de havaianas ou sapatinho de vela - esses deveriam ser avisados dos nossos perfumes, com antecedência. E logo na rotunda do molhe leste (antiga curva da lagoa) - por exemplo.

sábado, 16 de abril de 2011

Vidas sem sal







Cerveja sem álcool, café sem cafeína, manteiga magra, refrigerante zero, ovo sem colesterol, trabalho sem diversão e amores coloridos são sinais dos tempos.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Lusitana paixão

Já tenho idade suficiente para nunca ter certezas. Portanto, se me oferecem qualquer solução teórica para males da vida, já sei que a realidade ficará aquém do prometido.
Porque pessimista por natureza, foi sempre com algum cepticismo que encarei as promessas - viessem elas do psicotécnico, da bruxa que me leu a sina, do farmacêutico, do patrão, do presidente do SLBenfica, do filho da séria, do bastardo da "outra", do Abril/74 e seguintes, das Esquerdas/Direitas (um dois), da CEE/UE.
Esta minha filosofia tem vindo a crescer nos últimos anos, especialmente no que à vida portuguesa diz respeito e, se o actual estado da Nação resultou de muitas promessas não cumpridas e do cumprimento de muitas coisas não prometidas, o certo é que muito pouco se sabe sobre a verdade deste país: chame-se-lhe teoria da conspiração ou a eterna disputa entre lojas e igrejas.
Mas hoje, o que me abriu a prosa foi o resultado do miserabilismo a que chegámos com as cenas protagonizadas pelos nossos políticos - eleitos é certo, mas cada vez menos solidários para com quem os elegeu.
Tão miseravelmente nos temos portado que alguns dos nossos irmãos europeus já questionam (para não dizer recusam) a sua participação no processo de resgate económico-financeiro português.
Casos como o alemão e o finlandês manifestam bem o quanto, nós e, principalmente, os nossos governantes, fizemos desvalorizar o país aos olhos da mãe Europa - prenha de problemas tão grandes que podem parir monstros de consequências incalculáveis.
Por esta crescente desunião europeia é que eu, cada vez mais, me convenço da vitória americana na guerra (em surdina) do dólar/euro.
Então, restar-nos-á acompanhar os islandeses na calotice, abandonar a Europa económica (arrastando mais uma mão cheia de países tesos como nós) e virar-nos para quem nos fizer bem (ou menos mal) - sejam chineses, brasileiros, angolanos, russos, timorenses, marroquinos, eu sei lá...
Ah, e a Europa dos ricos que espere, se quiser. Se não quiser, invada-nos (como histórica e ciclicamente lhes é hábito) e fiquem com isto.
Ou, dizendo de outra forma: executem a hipoteca - pode ser que sintamos a coragem dos nossos antepassados lusitanos e, "entre as brumas da memória, ó pátria sente-se a voz dos teus egrégios avós ... às armas, às armas, contra os bretões marchar, marchar!"

domingo, 10 de abril de 2011

Le roi est mort. Vive le roi

Com bilhete ou sem ele, tenho por hábito assistir pessoalmente a, pelo menos, uma sessão dos Congressos do Partido Socialista.
Desta vez, como as agendas não coincidiram, restou-me "ver e ouvir" o que as editoras de política nacional quiseram mostrar ao país.
Ora, do que foi dito e visto, relevante, relevante será a abertura da consciência socretina ao aconselhamento da (sua) oposição interna - apesar da relativa importância que estas forças "light" sempre têm nas monarquias partidárias.
Ou seja, ninguém acredita que a (re)entrada em actividade de meia dúzia de ex-dirigentes e influentes socialistas tenha sido feita à "la minute". Então, aquilo que de mais importante poderá marcar este congresso não será tanto a "coesão e unidade" consensualizadas a Norte.
Do cumprimento do caderno de encargos negociado entre Sócrates e esses príncipes do Congresso de Matosinhos dependerá a credibilidade - para os militantes socialistas primeiro e para o eleitorado depois - da nova estratégia para governar Portugal, enraízada no humanismo socialista que sempre distinguiu o PS - em vez da polémica, incauta e subserviente governação fruto de uma liderança muito individualizada, que, nos último dois anos, mais concentrou a sua excelência em cruzadas políticas, pouco ou nada importantes para o bem da nação.
Assim não sendo, então o XVII Congresso terá sido assim como que um Páteo das Cantigas.



sábado, 9 de abril de 2011

Curiosidades


Em muitos idiomas europeus, a palavra NOITE é formada pela letra N + o número 8 na respectiva língua.
A letra N é o sí­mbolo matemático de infinito e o 8 deitado também simboliza infinito, ou seja, noite significa, em todas as línguas, a união do infinito!!!

Português: noite = n + oito
Inglês: night = n + eight
Alemão: nacht = n + acht
Espanhol: noche = n + ocho
Francês: nuit = n + huit
Italiano: notte = n + otto

Interessante, não?