quinta-feira, 30 de abril de 2020

Desconfi(n)amento


Aí está!
O desconfinamento está (bem ou mal, veremos) decidido: regrado, programado e condicionado.
Vai ser um fim-de-semana cheio de trabalho para os opinadores: todos nós os que, ao mesmo tempo, somos médicos, engenheiros, economistas, sociólogos, cientistas - de tudo um pouco especialistas.
E vamos, maioritariamente, contestar. Sim, porque ninguém vai dar  opiniões favoráveis em público. Era o que faltava!
Eu (quero ver se) não vou entrar em polémicas estéreis como as que vão inundar as redes, porque, infelizmente, toda a gente vai ter (a sua) razão; uma razão que se espera entendível numa perspectiva sócio-económica, mas também socialmente responsável, solidária.
Porque levantar o país da catástrofe que nos assola não é uma luta apenas do Estado e das suas instituições; é uma luta de uma Nação inteira - de todos nós Pátria Portuguesa.
Vai ser difícil entender? (já) Está a ser. Mas sem co-responsabilidade e solidariedade não haverá alternativa. Quer dizer, alternativa democrática!

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terça-feira, 21 de abril de 2020

Sem restrições de forma



Às vezes, como antídoto de temer a sorte, falo com as estrelas.
Deitado no chão a vê-las, pergunto se temem a morte:
o fim do brilho e luz que nos dão, sugados pela escuridão.


Às vezes, como antídoto de temer a morte, falo com Deus;
em directo ou pelos Seus, pergunto se mereço a sorte
de viver prisioneiro assim: sem Vida, sem os meus… 
                   sem mim.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

(Outras) Leituras para quem não tem mais nada que fazer

CLICAR   IMAGEM
Quanto mais tempo dura a "prisão domiciliária" a que este vírus fdp me sujeita, mais me predisponho a encontrar e perceber outras teorias, conspirativas ou não (o futuro dirá), para contrapor à teoria do "acidente/fatalidade/acaso/natureza" com que a China oficializa o seu aparecimento/propagação, a Organização Mundial de Saúde corrobora e o resto do mundo "aceita..." apesar das vozes discordantes que, pelo menos, a tentam confirmar cientificamente. 
Por isso, sempre que achar pistas interessantes que possam levar ao conhecimento de outras opiniões e teorias - suspeitosamente especulativas ou não - vou aqui partilhá-las, na tentativa de, à minha maneira, contribuir para encontrar a Verdade aceite porque óbvia e evidente, respeitando a teoria de Schopenhauer"qualquer verdade passa por três estágios: primeiro, é ridicularizada. Segundo, é violentamente combatida. Terceiro, é aceite como óbvia e evidente"


Cuidem-se!

domingo, 19 de abril de 2020

A discrepância pariu um rato

Afinal, parece que o meu post da última 5ª feira (16/04) tinha razão de ser. Não pelos considerandos sobre o actor principal da peça, mas sim pela confirmação da irrelevância do argumento teatralizado. Se não, atente-se, no comunicado emitido hoje pela Câmara Municipal Peniche, o seguinte parágrafo:"Aproveitamos igualmente este momento para reafirmar a veracidade dos números publicados, que, no nosso caso, têm correspondido sempre aos números assumidos pela Direção-Geral da Saúde."
Então, e felizmente (mas, ainda assim, lamentavelmente), os números do concelho batem certinho nas duas fontes - município e DGS. Não há "números graves" supostamente escondidos como se insinuou na reportagem da CMtv, orgão da excelência informativa sempre na dianteira da virologia comunicacional, preferencialmente contra (esta) governação...
Enfim, o comunicado da CMP esclareceu, de uma vez por todas, as dicotomias que pairavam sobre os números concelhios do fdp que nos vem violentando há cem dias.
Retratou-se o município; entretanto, as eventuais desculpas do seu porta-voz-presidente pela incorrecção noticiada, irão para arquivo na pasta das fantasias e caprichos até ao dia que perceba qual é a diferença entre respeito e submissão.   

quinta-feira, 16 de abril de 2020

A humildade não procura humilhações.



Qualquer penicheiro sabe que o actual presidente da Câmara Municipal, contrariamente ao seu camarada anterior, sempre disse não ter quaisquer aspirações a figurão dos "média".

Por isso, aproveitar o seu "minuto de fama" desta semana, proporcionado pela CMtv, para recitar dislates sobre "falhas detectadas nos números do Covid19 apresentados pela DGS" sem apresentar qualquer prova - fazendo apenas de menino do coro e minando a confiança devida e reconhecida (nesta altura) em quem tem as maiores responsabilidades na gestão da pandemia, não me parece que tenha sido uma boa interpretação do papel para que foi eleito desempenhar.
Se sabe números graves que nos estão a ser escondidos, a sua obrigação enquanto autarca é revelá-los. Nós, seus concidadãos, temos o direito a sabê-los.
Encobri-los por entre os principais ramos da sua Árvore é que será uma falta de respeito para com TODOS os portugueses em geral e penicheiros em particular - os que acreditaram em si, os mais cépticos e os incrédulos!

domingo, 12 de abril de 2020

Ver, crer e "stay at home"

Desde que conheci Boris Johnson, nunca lhe concedi qualquer simpatia, em especial, por representar fielmente as arrogância e hipocrisia racista que, na minha opinião, caracterizam os ingleses.
Por outro lado, a forma negligente como lidou com a chegada do vírus fdp ao Reino Unido - em desacordo com as recomendações da OMS e práticas dos países já afectados - que não terá sido a mais acertada
(como, infelizmente, veio a provar-se), também o "desvalorizou" na minha escala de apreciações.
Porém, já depois de ter recuado nas suas opiniões e decidido obrigar os ingleses ao mesmos sacrifícios do resto da Europa, BJ foi infectado pelo Covid19 e sujeito a internamento hospitalar durante uma semana, de onde saiu hoje, em recuperação e, como se pode verificar no vídeo que publico, francamente agradecido ao Serviço Nacional de Saúde inglês, aos seus incansáveis profissionais de saúde - enaltecendo
(naturalmente) a equipa que o tratou - maioritariamente imigrante actual ou de sua geração,  e, por fim, à população do seu país pelo esforço e sacrifício a que está e estará sujeito enquanto este inimigo da humanidade resistir.
Hoje simpatizei com BJ não porque tenha achado mudança no seu carisma, antes pela humildade de, publicamente, saber reconhecer erros próprios, de tão bem enaltecer o seu serviço público 
de saúde que inclui muitos profissionais da comunidade imigrante e pela veemência posta no querer vencer esta batalha inglesa, contribuindo para vencermos esta guerra que, sem dúvida, ficará na História como a III Guerra Mundial.


Espero que os partidos do Ressabiamento Português, através dos seus porta-vozes e franco-atiradores da comunicação social, sempre tão augados pelos exemplos "nacionalistas" da grande bretanha, percebam a língua inglesa o suficiente para entenderem BJ, particularmente na modéstia deste seu discurso e nas grandes boas referências feitas ao SNS e à comunidade imigrante.
Cuidem-se!😷 

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Épico ma non troppo

Em tempo de vivências sob o capricho de um (vírus) fdp que a todos infecta de forma tão violenta quanto desesperante, aqui deixo a minha proposta de audição de "O Fortuna" - uma peça da ópera(...) Carmina Burana, a cuja tradução só hoje cheguei, levando-me, também ela,  à tese da estrita ligação do azar e da sorte ao poder inescapável do destino.  

O Fortuna *

velut luna statu variabilis,
semper crescis aut decrescis;
vita detestabilis
nunc obdurat et tunc curat
ludo mentis aciem,
egestatem, potestatem
dissolvit ut glaciem.

Sors immanis et inanis,
rota tu volubilis, status malus,
vana salus semper dissolubilis,
obumbrata et velata
mihi quoque niteris;
nunc per ludum dorsum nudum
fero tui sceleris.

Sors salutis et virtutis
mihi nunc contraria,
est affectus et defectus
semper in angaria.
Hac in hora sine mora
corde pulsum tangite;
quod per sortem sternit fortem,
mecum omnes plangite!
Ó Sorte!

és como a Lua mutável,
sempre aumentas e diminuis;
a vida detestável
ora oprime e ora cura
para brincar com a mente;
a miséria, o poder,
ela funde-os como gelo.

Sorte imensa e vazia,
tu – roda volúvel – és má,
vã é a felicidade sempre  dissolúvel, nebulosa e velada
também a mim contagias;
agora por brincadeira
o dorso nu entrego à tua
perversidade.

A sorte na saúde e virtude
agora é-me contrária.
dá e tira
mantendo sempre escravizado.
nesta hora sem demora
tange a corda vibrante;
porque a sorte abate o forte,
chorais todos comigo!

terça-feira, 7 de abril de 2020

Lê e cuida-te

A versão em português do Manual de prevenção e controle do Covid19, segundo o doutor Wenhong Zhang - médico chinês especialista em doenças infecciosas e referência no tratamento do novo coronavírus, foi oficialmente publicada no Brasil e passou a estar disponível gratuitamente pela internet em formato PDF (basta clicar acima, no título do manual) , explicando o novo coronavírus em linguagem corrente, dando muitas informações úteis sobre os comportamentos fundamentais a adoptar para a nossa  protecção individual e colectiva no quotidiano.
Publicado no Brasil, mas em língua portuguesa; portanto, bora lá saber mais qualquer coisa sobre o fdp que nos vem obrigando a viver uma vida que não é a nossa!

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Post' aberto à Governança

Camaradas e não camaradas (porque também os há...):

Para além da actual crescente hecatombe humana, a única certeza que o vírus Covid(20)19 - assim chamado para (tal como os  vinhos portugueses) se diferenciar dos que alguns chineses produziram nos anos anteriores - dizia eu que a única certeza dada, até agora, por esse fdp desse vírus, é a de que a crise económica já em curso irá ser das mais violentas de toda a história da humanidade.
Sendo verdade que, desde há um mês, essa certeza vem ganhando consistência diária, também é verdade que a Economia - das pessoas, das empresas e dos países - tem merecido muitos, mas mesmo muitos, mais movimentos de reflexão que de acção. 
Nós, portugueses, não somos excepção e aí andamos nós a reboque de sábios, de opinadores, de políticos, de patrões, de empregados, de ricos e pobres, enfim... não tem sido
(nem será) fácil travar a aceleração catastrofista do momento, mais a mais quando, acabada a prática das velinhas, o túnel ainda está escuro como breu.
Como se tamanha negrura não chegasse, de repente toda a gente empobreceu em menos de duas semanas: as acções/quotas de empresas,
 os iates, os porsches, os apartamentos na Linha, a moradia M12 na orla costeira, as bitcoins na Blockchain e as contas nas Suiça desapareceram quase por completo; nem o cartão de sócio honorário do clube da terra escapou.
Vai daí, é ver o choro colectivo que invadiu o diário nacional, sempre culminado com críticas ao que é feito pelo governo (socialista, diga-se), e as pedinchices da ordem para minorar o empobrecimento de uma parte do tecido empresarial (não tão socialista, claro!).
Aqui chegados, camaradas, acho que, teorizando, sei a solução mais viável para, sem grandes sobressaltos sociais, resolver com equidade a crise que se avizinha. No entanto, antes de vo-la revelar, e face ao que o maior representante do empresariado nacional exige, ainda arrisco uma outra solução menos drástica:
Os donos disto tudo - que nos últimos três anos (2016/17e18) deslocaram 30.000 Milhões de euros para offshores - transferem
(sem qualquer consequência fiscal) e investem metade dessa verba (15.000 Milhões de euros) na economia nacional; em contrapartida e proporcionalmente, o Estado investirá 5.000 Milhões de euros a fundo perdido e isentará de IRC os resultados das empresas assim intervencionadas por um prazo a acordar entre as partes.
Eis vinte mil milhões de euros para a economia privada. Camaradas Costa, Centeno & Cª, Lda., poderia ser assim, não poderia?
Pois... mas não era a mesma "coisa", pois não, engenheiro Saraiva?

sábado, 4 de abril de 2020

Isolation

O estado (de emergência) a que isto nos obriga tem destas coisas: dá-nos tempo - coisa que, dantes, nunca tínhamos ou não queríamos ter... 
Foi nessa descuidada, aleatória e salutar ocupação do tempo (agora) livre que (re)encontrei os Beatles e, consequentemente, John Lennon - ouvindo alguns dos seus mais deliciosos temas dos "anos setenta".
Não sei se por fixação nos seus eternos "Imagine", "Mother", Woman"  e "Stand by me" ou se pela desmemoriação natural que me  agride em crescendo, a verdade é que não me recordo de alguma vez ter dado pela existência da música que hoje aqui deixo, com um tema (ISOLATION) tão actual e que nos
 fala sobre o sentimento de solidão que se pode sentir num mundo tão cheio de multidões - agora temerosas, semi-perdidas, mas que às vezes pode ser tão agressivo com o indivíduo. 


Termino com a premonição de Lennon (Out/1970)
"The sun will never disappear
But the world may not have many years"

quarta-feira, 1 de abril de 2020

O cocktail da Esperança

Vivemos tempos que, inexoravelmente, reclamam de nós forças para menosprezar medos, superar egoísmos, reagir a indiferenças e fazer da solidariedade profissão de fé.
A grande batalha diária por que passa a nossa sobrevivência exige-nos uma grande dose de Esperança - derivada de fés materiais e/ou espirituais, ou assente, simplesmente, em vivências e pragmatismos.
(Ainda)
Não sabemos quando, nem como. Sabemos apenas que QUEREMOS, muito, ficar TODOS BEM!
Haja Esperança, pois!
[
"A esperança é um alimento da nossa alma, ao qual se mistura sempre o veneno do medo" (Voltaire)]