terça-feira, 30 de agosto de 2016

Embirrações


Não sei (mas imagino) a quem se deve a renovação da informação toponímica da cidade, especialmente nas ruas da zona vulgarizada por Penixima - independentemente da sua densidade habitacional ou utilização. Mas pelos (inestéticos?) tamanhos das placas e das letras escritas, desconfio que, das duas uma: ou o mandante acha que os cidadãos que vivem e/ou visitam Peniche tem problemas de visão, ou, dada a proximidade de eleições autárquicas, quer ASSIM mostrar aos seus potenciais (re)eleitores, de forma inesquecível, o zelo que a freguesia-cidade lhe merece.

Pena é que as (2) placas toponímicas da artéria mais utilizada da cidade não tenham merecido o mesmo tratamento. Um "lapso" que já aqui aconteceu há uns 15 anos atrás, com uma incompreensível demora na fixação das placas correspondentes à deliberação camarária de (por proposta da Assembleia Municipal) atribuir o nome de Mariano Calado à avenida correspondente à antiga Marginal Norte/Estrada Nacional 114, entre o Portão de Peniche de Cima e a Avenida General Humberto Delgado.
Fosse eu um escritor a metro da literatura cor-de-rosa, diria que "não há coincidências". 
Não sou. 
E por isso quero acreditar que o facto de no troço habitacional da avenida Mariano Calado residirem poucos eleitores com falta de vista será a única explicação para o caso.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Amigos à la carte


À moda das amizades gratuitas tenho dito não.
Porque não aceito ser amigo de circunstância e muito menos amigo em part-time. 
Não sou amigo só para combinar ou destoar com cenários. 
Ou sou ou não sou. 
Independentemente disto ou daquilo. 
Amizade do seu “lato sensu” não é como uma toalete que se usa num ano, mas que se deita fora no seguinte por já estar completamente fora de moda. 
Pode ser que eu não perceba nada de relações humanas. Nem de moda. 
 Mas é assim que eu gosto!

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Recortes da vida de um médico poeta (ou vice-versa)



Deixa as palavras onde estão.
Imóveis, desarmadas.
Não lhes agites os demónios que nelas dormem
ávidos de despertarem.
Não fales do que és, nem descrevas 
coisa alguma.

Preserva o que em ti e nos outros é intocável.
Não deixes que as palavras desfigurem.
Que as palavras mutilem.
Que as palavras viciem.
Que as palavras mintam.
Que as palavras sejam peças
de um jogo em que o desfecho

É o xeque-mate.


Fernando Namora

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Peniche e as praias de bandalheira azul

A frequência dos (muitos) anos anteriores ensinou-me que o objectivo da bandeira azul de publicitar uma praia de qualidade com regras de utilização bem definidas, acarreta RESPEITO - quer dos utilizadores, quer dos concessionários, quer, ainda das entidades envolvidas no zelo e cumprimento dos deveres e obrigações consequentes.  
Portanto, quando uma destas partes foge ao "contrato" perfeitamente registado à entrada da zona de praia, perdem-se as qualidades anunciadas. E se o incumprimento infecta uma ou mais outra(s) parte(s) restante(s)... então é a bandalheira. Azul, mas bandalheira.
Neste Verão e, particularmente, nas últimas duas semanas, uma temporária debilidade física tem-me obrigado a ficar na zona de praia concessionada - daquelas anunciadas por bandeira azul, amarela, e sei lá que mais onde, supostamente, estaria a "salvo" de bolas, cães, escolas de surf em actividade, etc.
Mas não: nos (cerca de) 300 m de largura de praia perfeitamente delimitada, têm(...) de caber os banhistas - onde se incluem sempre muitas crianças,  os grupos  da bola, alguns dos cães que não gostam do sectarismo a que obriga a ideia brilhante da "sua" praia no Porto d'Areia Norte, mais uma ou duas escolinhas de surf em plena actividade. E nem merece a pena explicar o efeito das marés neste cabimento todo...
É claro que poucos dos prejudicados têm coragem de contestar este desrespeito mais ou menos institucionalizado; e se o fazem, perdem tempo porque esbarram contra a má educação de uns e o "lava mãos" de outros que a pé ou motorizados ali estarão apenas para "zelar pela vida das pessoas que estão na água".
Clara é, aqui também, a aparente incapacidade(...) de actuação a quem compete diligenciar o cumprimento das regras e das leis.
Finalmente, clara é a proposta que aqui deixo aos iluminados autarcas da minha terra, considerando que, apesar das livres e naturais disponibilizações concedidas aos praticantes do surf e da recente afectação-piloto de um espaço próprio para canídeos, a generalização da indisciplina e falta de civismo crescentes na utilização de todas as praias do concelho de Peniche põe em causa a liberdade individual dos cidadãos locais e dos forasteiros que procuram as nossas praias para fazer isso mesmo: praia!
- Criem as PRAIAS PARA PESSOAS: onde seja APENAS autorizado 
desfrutar serenamente os prazeres da praia e do mar em clima de paz, sossego e respeito pela individualidade.
Vá lá, meus senhores. Olhem que quem vota são as pessoas!
     

domingo, 14 de agosto de 2016

Bodas de mofo(...)






Há dias que marcam pela coragem e força de partir numa aventura a dois.


Inesquecíveis, mas irrepetíveis.


O tempo deixa marcas, algumas bem visíveis; outras, mesmo que indeléveis, nunca deixam voar muito alto as ilusões.


domingo, 7 de agosto de 2016

¿A caminho da autopatia?

"Aprender a meditar é o melhor presente que podes dar a ti próprio nesta vida"
(Sogyal Rinpoche)

O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os unguentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite
O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo

sábado, 6 de agosto de 2016

Barrac'armada

A pouco menos de três horas do início do encontro entre as geringonças (local e nacional) que combinaram o "two man's dog show" - televisionado para todo o país, já com a barraca armada e com vinte e tal cães felizes porque à solta na "sua" praia, renovam-se as evidências da mentira que o dono da "nikita" pregou aos (seus mais fiéis admiradores e crédulos camaradas) penicheiros, quando afirmou que seria (estupidamente, digo eu) obrigatório o uso de trela para os animais frequentarem a praia do Porto d'Areia Norte.
A ver vamos. Vamos?



quinta-feira, 4 de agosto de 2016

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

terça-feira, 2 de agosto de 2016