terça-feira, 26 de setembro de 2017

Votar Peniche

Se há seis meses arrisquei a oportunidade de antecipar os parabéns de vitória a dois elementos da candidatura autárquica que então, na minha opinião, perante as ofertas alinhavadas, deveria saír vencedora nas eleições do dia 1 de Outubro, hoje, já bem conhecidos todos os candidatos e quase concluída a campanha eleitoral que as seis candidaturas concorrentes entenderam fazer, quase que me atrevo a repetir essa parabenização.
E só não o faço porque, quer o aparecimento da candidatura independente   Movimento Independente de Cidadãos Por Peniche, quer a semi-independente (porque declaradamente apoiada pelo Bloco de Esquerda) Grupo de Cidadãos Eleitores Por Peniche poderão, aliás, deverão, desejavelmente, trazer às urnas, pelo menos, os 20% de eleitores que em 2013 entenderam não votar e "punir o sistema autárquico" com a elevação da abstenção até aos 67% (que, em 2005 e 2009, rondou os 47%).
Esta será, a meu ver, a grande incógnita do (salutar) aparecimento das duas candidaturas fora do arco do Poder: saber se as suas proclamadas independências serão assim tão credíveis aos olhos de quem costuma deixar a outros decisões que, no quadriénio seguinte, hipocritamente, criticará todos os dias.  
De resto, e apesar do que quase todos quiseram fazer crer, nada há de novo para Peniche. Se pelo lado dos partidos tradicionais o "copy-paste" ardilosamente redesenhado do que oferecem ao nosso concelho pouco diverge de propostas anteriores, pelas candidaturas "out-siders" ou é apresentado um programa de resumidas intenções, num caso; ou, no outro, um arrolamento de promessas quase individualizadas como se do mapa de trabalhos com 16 anos se tratasse - lembrando as promessas cumpridas, mas esquecendo as por cumprir.
Porém, não se julgue que tudo vai ficar na mesma. Não vai.
Aliás, já não está: nunca em Peniche esteve tanta gente envolvida na discussão política. E nova gente, principalmente gente nova.
Esta já é uma grande vitória que devemos agradecer, especialmente, às novas gerações de políticos, independentes ou não, ao perceberem que discutir, programar e decidir sobre Peniche é para todos os penicheiros, não a pseudo-iluminados de partidos ou movimentos.
Daqui a pouco mais de cento e vinte horas o concelho de Peniche terá eleita uma nova administração autárquica, garantidamente minoritária, a exigir de todos - vencedores e vencidos - o abraçar maioritário de soluções importantes para o futuro dos penicheiros.
Aguardemos, pois, que a universalidade da utilização da palavra PENICHE por todas as candidaturas não tenha sido à toa.  
    

domingo, 24 de setembro de 2017

O seu a seu dono

Juro que não é por, quase todos os dias, ter de limpar a merda de cão que poisa à minha porta; juro que não foi por já ter sido atacado, mais do que uma vez, por cães vadios (e não só) aquando das minhas caminhadas diárias; juro que não foi por ver confirmada em 2017 a fraude pré-eleitoralista da Câmara Municipal de Peniche e "sus muchachos" com a criação da praia de caninos no Porto d'Areia Norte; juro ainda que não foi por, há três semanas, a minha neta (de 4 anos) ter ficado a centímetros de se sentar em cima de uma bosta canídea em pleno relvado do parque urbano da cidade (ou Parque dos Pocinhos, como prefiro chamar-lhe). Tampouco a criação de um parque canino no mesmo parque, conforme projecto do Orçamento Participativo premiado a semana passada pela Câmara Municipal será causa principal deste meu desabafo.
O que me obriga a aqui deixar uma nota menos confortável, passa pelo comportamento pouco cívico, diariamente visível, de muitos dos donos dos cães desta cidade, quando os deixam à solta nas ruas ou nas praias, ou quando os levam a "passear" (leia-se: a fazer as necessidades fisiológicas ao ar livre) sem se preocuparem com a sua posterior limpeza (obrigatória)...
E as entidades a quem compete zelar pelo respeito das regras da salutar convivência entre homem e animais, que fazem?

Criam condições para cuidar da sanidade e controle de animais vadios? Vigiam e ou acautelam a higiene e segurança dos locais públicos?
Promovem a informação/educação das pessoas donas de animais? Punem os infractores?
Nada. Zero. Apenas encenações protocolares para youtube e notícias de TV.
Então?! O que será necessário fazer-se em Peniche para educar certas pessoas a respeitar os outros, seus concidadãos, como se dos seus cães se tratassem?


quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Abre o olho, abre o olho!

Poder-se-á ignorar, fazer de conta, esquecer até; porém, acreditar na realização de algumas propostas (claramente eleitoralistas) que nos são oferecidas em programas, cadernos de encargos ou mapa de trabalhos, tipo "pronto a vestir", será o mesmo que aceitarmos um atestado de demência política.    
Mais a mais quando, por cá, todos sabemos que o passado recente dos principais candidatos a "senhor presidente da câmara" foi interventivo nos destinos autárquicos; alguns deles, diria até, principais cúmplices do marasmo sócio-cultural de Peniche.
 
Dito isto, creiam-me, pode demorar algum tempo, podemos dar benefícios e benefícios de dúvida, mas, mais tarde ou mais cedo, todos nós chegamos à mesma conclusão: em política não há inocências.
Por isso, e tal como apregoam os feirantes, o melhor é "abrir o olho" e utilizar mais o que resta do nosso intelecto no momento da(s) escolha(s).
     

domingo, 10 de setembro de 2017

Xerifes sem estrela


Se há coisa que não faltou ao actual elenco autárquico, foi legislar sobre trânsito, caravanismo, venda ambulante e regulação da utilização das arribas.
Por isso, o desrespeito e a sem vergonhice que muito se registam pela cidade e resto do concelho nestes capítulos serão, maioritariamente, problemas de vigilância e autoridade das instituições a quem compete fazer cumprir a lei, fazendo da "dura lex" uma "sed lex".
Ora, se a legislação produzida mereceu a exigida cobertura política dos orgãos autárquicos (partidários), não parece muito a propósito andar-se por aí em campanha eleitoral a prometer fazer o que está feito.
É que, resolvido o problema da autoridade (sem autoritarismos) parece-me que as queixas dos penicheiros nestes particulares seriam muito, mas muito menores.
Mas vamos a votos para eleger novos orgãos autárquicos, de onde sobressairá um presidente de Câmara, não um xerife (espero...).

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Penicheiradas(...)

Confesso que, depois de aqui ter lançado esta inquietação há pouco mais de dois anos, pensei voltar ao tema do santuário de Nª Sª dos Remédios, apenas com as possíveis boas notícias.
Errado! A degradação do monumento continua, especialmente a do seu belíssimo interior, sem que, nem os benefícios de última hora em épocas eleitorais, ali tenham chegado.
Como se tamanha desolação não bastasse, eis que os seus voluntariosos cuidadores deram, recentemente, forma a uma opção decorativa do altar-mor da capela, em minha opinião, completamente "fora de contexto" - para não chamar outra coisa ao terem-no  decorado com uma foto da península de Peniche, conforme documentado.
Por respeito à dedicação de quem bem procura cuidar da decoração da capela, custa-me muito deixar esta opinião. Mas que é uma penicheirada... lá isso é!

domingo, 3 de setembro de 2017

Ser cabrão

Depois de umas "férias" mais ou menos forçadas (por avaria do computador e sobrecarga do meu "disco rígido") achei que hoje era o dia de aqui voltar. Sem imposição alguma de calendário, de assunto ou encomenda; apenas porque me apetece(rá). 
                                        E hoje, é assim que me apetece... provocar!