A
forma escandalosa como a SIC tem transmitido peças da investigação
judicial da “Operação Marquês” tem fornecido material de
excelência às primeiras páginas da maioria da comunicação e
redes sociais, para gáudio de todos (nós) os fregueses ávidos da
condenação rápida – quase sem o julgamento de lei - dos agentes
que têm contribuído para bandalheira em que este país se encontra
mergulhado, apesar das cortinas de fumo que as classes governante e
política vão lançando.
Confesso
que não fazia a mínima ideia de como se fazia a investigação
criminal deste tipo de processos. E, se achei curiosa a condução do
processo por forma dialogante, com o inquiridor a colocar perguntas
ingénuas ou de ironia indisfarçável, seguidas de reflexões sobre
as contradições verificadas ou suspeitadas, ao mesmo tempo
apercebi-me da fragilidade em que tudo se pode transformar se não
for provado, consistentemente.
Faz-me
muita confusão que a SIC - um orgão de comunicação social assente
numa empresa de gente presumidamente séria e respeitadora das leis e
do estado de direito – arrisque de forma tão leviana a ser
condenada por crime de desobediência (artº 348 do C.Penal);
Num
país em que os seus contribuintes já foram chamados a pagar 17 mil
milhões de euros de ajudas à banca, é VERGONHOSAMENTE assustadora
a quantidade de dinheiro, cuja proveniência ninguém consegue
explicar, que se movimenta entre pessoas, empresas, grupos,
off-shores dos bancos ajudados.
Quanto
ao processo “Operação Marquês”... tenho para mim que o
presumível inocente sabe muito; e porque esteve tanto tempo ligado
ao Poder – com todos os seus tradicionais jogos, influências e
malandrices - guardará muitas coisas menos boas de muito “boa”
gente; então vai dar filme (ou uma série de Tês), semelhante a tantos filmes e séries televisivas que por aí andam, com estes
argumento e bons e maus da fita.
Só falta mesmo é o título.
Mas adivinha-se...
Só falta mesmo é o título.
Mas adivinha-se...
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