quinta-feira, 19 de abril de 2018

Só falta mesmo é o trailer

A forma escandalosa como a SIC tem transmitido peças da investigação judicial da “Operação Marquês” tem fornecido material de excelência às primeiras páginas da maioria da comunicação e redes sociais, para gáudio de todos (nós) os fregueses ávidos da condenação rápida – quase sem o julgamento de lei - dos agentes que têm contribuído para bandalheira em que este país se encontra mergulhado, apesar das cortinas de fumo que as classes governante e política vão lançando.
Confesso que não fazia a mínima ideia de como se fazia a investigação criminal deste tipo de processos. E, se achei curiosa a condução do processo por forma dialogante, com o inquiridor a colocar perguntas ingénuas ou de ironia indisfarçável, seguidas de reflexões sobre as contradições verificadas ou suspeitadas, ao mesmo tempo apercebi-me da fragilidade em que tudo se pode transformar se não for provado, consistentemente.
Portanto e pelo que vi e li:
Faz-me muita confusão que a SIC - um orgão de comunicação social assente numa empresa de gente presumidamente séria e respeitadora das leis e do estado de direito – arrisque de forma tão leviana a ser condenada por crime de desobediência (artº 348 do C.Penal);
Num país em que os seus contribuintes já foram chamados a pagar 17 mil milhões de euros de ajudas à banca, é VERGONHOSAMENTE assustadora a quantidade de dinheiro, cuja proveniência ninguém consegue explicar, que se movimenta entre pessoas, empresas, grupos, off-shores dos bancos ajudados.
Quanto ao processo “Operação Marquês”... tenho para mim que o presumível inocente sabe muito; e porque esteve tanto tempo ligado ao Poder – com todos os seus tradicionais jogos, influências e malandrices - guardará muitas coisas menos boas de muito “boa” gente; então vai dar filme (ou uma série de Tês), semelhante a tantos filmes e séries televisivas que por aí andam, com estes argumento e bons e maus da fita.
Só falta mesmo é o título.
                                    
                                                   Mas adivinha-se...

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