sábado, 16 de janeiro de 2021

A ânsia do poder

Devido à pandemia Covid19, Peniche, tal como o resto do país, cumpre o 2º Confinamento Geral desde as 00,00 horas de ontem, cujas medidas - entre outras - para além do recolhimento domiciliário, "suspendem as atividades de comércio a retalho e de prestação de serviços em estabelecimentos abertos ao público, com exceção dos estabelecimentos autorizados".
Portanto, é completamente descabido o convite que hoje, pela mão da sua presidente, a Freguesia de Peniche publica um convite/conselho à população para "apoiar o comércio tradicional, comprando em Peniche" - conforme todos os utilizadores do Facebook puderam verificar neste post.
Ora, naturalmente, não me passa pela cabeça que a intenção da senhora autarca fosse incentivar o incumprimento das regras do confinamento, quer por parte dos comerciantes quer dos seus potenciais clientes, mais a mais num concelho considerado de "Risco Muito Elevado" na tabela epidemiológica do país.
A desatenção ou descuido da autarca poderá ter várias explicações, nomeadamente, na sua prontidão esfuziante de prestar serviço. Porém, neste caso, e considerando a pressão que a pandemia vem exercendo sobre os penicheiros, talvez fosse mais importante contribuir, de forma mais colaborante e exigente, na vigilância eficaz do cumprimento das medidas em vigor, especialmente dos truques e manobras de evasão que pela cidade (sua Freguesia) se vulgarizaram, conforme toda a gente tem podido constatar...
É claro que, da autarquia e/ou da autarca não se pretendem confissões de falha ou imperfeição, habituados que estamos às suas onisciência e constantes autopromoções. 
Permitimo-nos apenas cuidar que não sejamos vítimas da irresponsabilidade que, às vezes, trazem os actos onipotentes. 

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