Apesar do meu não muito promissor "primeiro encontro" com Saramago, reconheço que a minha insistência em aprendê-lo começa a dar bons resultados:
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o
ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa,
privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos.
E
finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os
Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas,
mediante concurso internacional.
Aí se encontra a salvação do mundo...
e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»
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