domingo, 25 de dezembro de 2016

ameoP ed lataN

Perguntei pelo Natal, 
indicaram-me os rochedos. 
Subi a altas montanhas, 
só trouxe sustos e medos. 

Um mendigo, previdente,
avisou-me: o Natal 
fica na quilha de um barco 
que ainda nem é pinhal. 

Li poemas, li romances, 
mondei sonetos na horta: 
Do Natal, só as nuances 
da fome a rondar a porta. 

Até que um dia, ó milagre, 
levado pelo coração, 
toquei teus seios redondos 
- brancas rolas, róseos pombos - 
e tive o Natal na mão! 

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