Por muito que queira, não consigo abster-me de comentar o fatídico incêndio de anteontem em Pedrogão Grande, que culminou com a tragédia humana a que ninguém ficou insensível.
Não o faço por discordar das (legítimas) opiniões dos peritos de protecção civil, engenharia florestal, comunicações, administração interna, política de ordenamento, etc., em que, de repente, milhares de portugueses - muitos deles também, habitualmente, experts em economia, finanças, futebol e religião - se tornaram.
Quanto a mim o diagnóstico sobre esta problemática dos incêndios florestais está mais que feito - todos os actores envolvidos sabem bem os "porquês" e as "por consequências" desta actividade económica sem código (CAE).
Quanto a mim o diagnóstico sobre esta problemática dos incêndios florestais está mais que feito - todos os actores envolvidos sabem bem os "porquês" e as "por consequências" desta actividade económica sem código (CAE).

E então?
Então? a verdade é que, em Portugal, principalmente no Verão, desde há não sei quantas décadas, o incêndio florestal faz parte. É quase como que um desígnio nacional; um fatalismo que, anualmente, nos custa milhares de hectares de área florestal, milhões de €uros em subsídios de reinstalação e gastos com pessoal e equipamentos e, infelizmente, a vida de algumas pessoas.
Então? a verdade é que, em Portugal, principalmente no Verão, desde há não sei quantas décadas, o incêndio florestal faz parte. É quase como que um desígnio nacional; um fatalismo que, anualmente, nos custa milhares de hectares de área florestal, milhões de €uros em subsídios de reinstalação e gastos com pessoal e equipamentos e, infelizmente, a vida de algumas pessoas.
E é aqui que Pedrogão Grande mexe com todos nós; em pouquíssimas horas sessenta e dois mortos (até ver) e cento e quarenta feridos é um preço demasiado alto, vergonhosamente inaceitável para um país moderno e civilizado.
É esta irracionalidade que está a dar cabo de nós. É esta vergonha colectiva, que todos nós queremos limpar da consciência. Por isso as opiniões, os donativos, as petições, os likes, os comentários, a nomeação arbitrária de culpados, a bandeira a meia haste, enfim... tudo serve para a catarse de um povo que teima em aceitar destes fados como Destino.
É esta irracionalidade que está a dar cabo de nós. É esta vergonha colectiva, que todos nós queremos limpar da consciência. Por isso as opiniões, os donativos, as petições, os likes, os comentários, a nomeação arbitrária de culpados, a bandeira a meia haste, enfim... tudo serve para a catarse de um povo que teima em aceitar destes fados como Destino.
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