sábado, 3 de fevereiro de 2018

"Estacionament(e)s"

"Infracção: estacionamento a menos de 5 metros da passadeira"
Começou assim, hoje às 12,30h, o meu sábado à tarde, em frente à repartição de Finanças, com um agente/PSP de esferográfica em riste a cumprir o seu dever de zelar pela ordem pública e segurança de pessoas e bens.
Hoje mesmo, naquele local que faz parte da zona envolvente do Mercado Municipal, naquele período, o mesmo agente também podia ter cumprido essa nobre missão junto de quem passeava cães poluidores do passeio público, de quem praticava ilícitos de venda ambulante - quer de roupas, sapatos, pensos e navalhas ou de mexilhões, lapas e carapaus, interceptar veículos comerciais transportando cargas irregulares, poderia ter identificado dois ou três jovens (aparentemente menores de 18 anos) a consumirem alcóol nos cafés da zona, ou ter chamado a atenção aos peões que atravessavam as passadeiras vidrados no telemóvel, ou, ainda, penalizado o estacionamento contra-mão, exactamente no mesmo local.
Não. Como se tivesse recebido apenas essa expecífica ordem de serviço, o senhor polícia zelou pela segurança pública da forma mais fácil e subtil ao seu alcance: multar veículos automóveis estacionados a menos de 5 metros das passadeiras de peões (pelo menos quatro, pelo que, entretanto, me fui apercebendo).
É claro que esta lamúria poderia ter a ver com o preciosismo métrico da infracção, ou com inflexibilidade do autuante, ou com os trinta euros com que vou contribuir para os cofres da Segurança Pública do Estado.
Pois... Poder poderia, mas não tem: é irrelevante.
O importante é que, numa cidade cheia de problemas de segurança de pessoas e bens como os que têm ocorrido ultimamente em Peniche, correr o risco de sentir reduzida a actuação policial diária a estes episódios  - justos, mas caricatos - pouco abonará a favor do que quer que seja, nem da polícia, nem da segurança pública.

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