sábado, 28 de abril de 2018

Afinal havia outra

Foto de Zé Pedrosa.
Ontem, tal como foi divulgado em diversos perfis individuais e páginas penicheiras das redes sociais, o Diário de Notícias (on line) publicava um artigo sobre o Forte de Peniche, a que o suposto autor,
"3,4 milhões para revelar a Auschwitz portuguesa" 
E, no desenvolvimento da notícia, o seu autor revelava que o ministro da Cultura, Luis Castro Mendes, considerou que o Forte de Peniche tinha um "valor na memória nacional comparável ao campo de concentração de Auschwitz enquanto lugar de práticas de sofrimento devido à repressão do anterior regime".
Ora, perante tamanha desfaçatez ministerial, aqui deixei o meu veemente protesto, que acompanhou uma série de opiniões na rede, mais ou menos no mesmo sentido.

Hoje, qual não é o meu espanto quando, ao reabrir a mesma notícia - pelo respectivo link - deparo com os mesmos artigo e foto, mas com o título:
"3,4 milhões para não esquecer Peniche, o maior símbolo do sistema prisional fascista"
E, o melhor de tudo, a consideração do ministro da Cultura passou para:"existe um turismo especializado e que a visita a um Museu da Resistência e da Liberdade terá como é a visita a museus idênticos que há por esse mundo e lugares de memória, desde Auschwitz a outros". 

É claro que não tem o mesmo sentido, e, muito menos, a mesma carga polémica.
O que me preocupa, é o que terá levado a esta tamanha rotação textual. O que ou quem...
Portanto, como não me apercebi de qualquer eventual justificação ou pedido de desculpas pela correcção verificada, suponho que a primeira versão seria verdadeira. A segunda - e definitiva - será a politicamente corrigida (ou é correcta que se diz agora?).
Assim sendo, e como já notei que uns comentários sobre o assunto foram retirados à pressa... desculpe senhor ministro, mas não peço desculpa sem que, antes, alguém me peça desculpa por me ter levado a escrever o que escrevi, especialmente, na adjectivação.
  

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Peniche não foi Auschwitz nem Gulag

Nós, penicheiros, já percebemos que a solução governativa - que nos foi imposta - para a Fortaleza de Peniche fez parte do caderno encargos assumido pelo Partido Socialista (nacional) no contrato da GERINGONÇA celebrado com o Partido Comunista Português. 
Nós, penicheiros, também já percebemos que a "ideia" quando foi sufragada em petição por uma mão cheia de assinaturas da Esquerda - tipo caviar e outros epítetos de intelectualidade "mais à frente" - daria corpo à velha aspiração do PCP em fazer da nossa fortaleza um santuário comunista por excelência.
Nós, penicheiros, descendentes dos penicheiros que durante meio século conviveram em paz e silêncios contidos com essa besta repressiva em que o fascismo salazento transformou a nossa fortaleza, resignámo-nos há um ano e meio atrás com a prepotência demonstrada pelo governo central.  
Mas quando o ministro da Cultura, Luis Castro Mendes, tem a desfaçatez de considerar que o Forte de Peniche "tem um valor na memória nacional comparável ao campo de concentração de Auschwitz enquanto lugar de práticas de sofrimento devido à repressão do anterior regime", nós, os penicheiros, temos o dever de protestar veementemente contra uma de duas coisas: ou contra a (aparente) ignorância ministerial sobre as práticas repressivas da PIDE/DGS no "Forte de Peniche", ou contra o exorbitar da subserviência da Cultura geringonceira ao comité central do PCP.
Esperemos pois que o ministro se retrate e peça desculpa a todos os Penicheiros, fartos de ver a sua terra constantemente prejudicada por actos e omissões de carrascos do Poder e serviçais políticos.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Um presidente d'Abril

Uma oferta aos ressabiados que (ainda) acham que o 25 de Abril foi "uma revolução da esquerdalha comunista que derrubou o regime do maior português de todos os tempos..." 



quinta-feira, 19 de abril de 2018

Só falta mesmo é o trailer

A forma escandalosa como a SIC tem transmitido peças da investigação judicial da “Operação Marquês” tem fornecido material de excelência às primeiras páginas da maioria da comunicação e redes sociais, para gáudio de todos (nós) os fregueses ávidos da condenação rápida – quase sem o julgamento de lei - dos agentes que têm contribuído para bandalheira em que este país se encontra mergulhado, apesar das cortinas de fumo que as classes governante e política vão lançando.
Confesso que não fazia a mínima ideia de como se fazia a investigação criminal deste tipo de processos. E, se achei curiosa a condução do processo por forma dialogante, com o inquiridor a colocar perguntas ingénuas ou de ironia indisfarçável, seguidas de reflexões sobre as contradições verificadas ou suspeitadas, ao mesmo tempo apercebi-me da fragilidade em que tudo se pode transformar se não for provado, consistentemente.
Portanto e pelo que vi e li:
Faz-me muita confusão que a SIC - um orgão de comunicação social assente numa empresa de gente presumidamente séria e respeitadora das leis e do estado de direito – arrisque de forma tão leviana a ser condenada por crime de desobediência (artº 348 do C.Penal);
Num país em que os seus contribuintes já foram chamados a pagar 17 mil milhões de euros de ajudas à banca, é VERGONHOSAMENTE assustadora a quantidade de dinheiro, cuja proveniência ninguém consegue explicar, que se movimenta entre pessoas, empresas, grupos, off-shores dos bancos ajudados.
Quanto ao processo “Operação Marquês”... tenho para mim que o presumível inocente sabe muito; e porque esteve tanto tempo ligado ao Poder – com todos os seus tradicionais jogos, influências e malandrices - guardará muitas coisas menos boas de muito “boa” gente; então vai dar filme (ou uma série de Tês), semelhante a tantos filmes e séries televisivas que por aí andam, com estes argumento e bons e maus da fita.
Só falta mesmo é o título.
                                    
                                                   Mas adivinha-se...

terça-feira, 17 de abril de 2018

É assim?

Eu não sei se algum dia eu vou mudar
Mas eu sei que por ti posso tentar
A ti me entreguei e foi de uma vez
Num gesto um pouco louco
Sem pensar em razões nem porquês
 


O amor é assim
Pelo menos pra mim
Deixa-me do avesso
Tropeço, levanto e volto pra ti
O amor é assim
Pelo menos pra mim
Deixa-me do avesso
Tropeço, levanto e volto pra ti
                                                                                          (Hmb)

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Otorrin'amor

Foto de Zé Pedrosa. 
- Posso dizer-te uma coisa ao ouvido, querida?
- Sim, amor. O que é?
- Quero dizer-te, baixinho, que és a dona do meu coração. És a mulher mais incrível que me apareceu, sabes? Deixas-me completamente desnorteado, tu a bailarina secreta nos meus sonhos com quem adoro dançar ao sabor do vento...
- O quêêê? Importas-te de repetir, querido? É que eu tinha o amplificador auditivo desligado, amor!

sábado, 7 de abril de 2018

Eu bem disse que era por aqui

O que fiz por mim fiz por ti também.
O que fiz por ti fiz por mim também.
O que fiz tão bem fiz tão bem por mim.
O que fiz por fim fiz como faz a mãe.
O que faço agora é só o que me dá vontade.
O que fiz outrora nem sempre farei depois.
O que os que não gostam gostam é-me indiferente.
O que os que amam amam é o único caminho… e o único caminho é ir em frente.
E se o mal que fiz foi para fazer o bem… não tem mal.
E olho por mim como cuido dos outros.
E abraço-me com ou sem companhia.
E luto sem forças para as voltar a ter.
E duro como um mármore tão liso que faz escorregar tudo o que é podre.
E não estarei sempre certa, mas estou certa de que quis estar… e isso chega-me.
Chega-me para saber que não preciso de dar explicações.
Chega-me para saber que não preciso de receber explicações porque sei exactamente por onde é. E se não o soubesse ninguém o poderia saber antes de mim. O que é bom para mim é o mesmo que é bom para quem de mim gosta… e isso basta-me… e isso sobra… e isso chega. Chega! 
Cheguei. Chegámos. Eu bem disse que era por aqui. 
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Texto do livro "Vai mudar a tua vida" de João Negreiros
Imagem de Kyle Hughes Odgers

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Uma história "Ferrante"

(Experimentação literária inspirada nas obras de Elena Ferrante expostas numa prateleira de supermercado)
Foto de Zé Pedrosa.
Era uma vez uma menina que se perdeu de amores pela sua melhor amiga de infância. 
Os anos correram e a paixão de adolescentes foi crescendo, ao mesmo tempo que o monstro habitual em todas as paixões possessivas tomava conta das suas vidas, agora constantemente abaladas por cenas de ciúme, traição e outros males de amor.
Até ao dia em que uma das amigas - a mais genial, diga-se - resolveu baralhar o jogo das emoções ao introduzir um hetero, tornando a relação numa ménage afectiva. 
Ainda hoje não se sabe quem desistiu, quem ficou, quem partiu, mas rezam este tipo de histórias que vale mais um engano na vida que andar toda a vida eng@n@d@...