Até para o condenado à nascença líder do PPD/PSD/Amigo da Geringonça, Rui Rio, "as greves (já nem chegam os dedos das duas mãos para as contar) que se multiplicam por esse país fora significam que as coisas não estão bem".
E é verdade, concordo!
Aliás, a crer no que se ouve, vê e lê em tudo o que escarrapache opinião, até os anti-grevistas de nascença, por vocação ou obediência política, se manifestam (desta vez) solidários, aproveitando a oportunidade para defender os direitos dos trabalhadores... a quem chegam mesmo, envergonhadamente - entre dentes, a balbuciar como "classe operária".
Pois é, Costa; as coisas não estão bem!
É verdade que a estratégia seguida pelos sindicatos do funcionalismo público parece combinada. Parece, mas não deve ser. Seria hipocrisia a mais os comunistas - que apoiam a Geringonça e votaram a favor do Orçamento Geral do Estado - aliarem-se à "direita reaccionária" (sic PCP) para causar toda a instabilidade que faz parecer o momento como uma das maiores crise laborais desde o ano em que Greve deixou de ser acto terrorista em Portugal.
Pois é, Costa; as coisas não estão bem!
Até eu, que já fui sindicalista e dirigente sindical - conhecendo, portanto, todos os truques e malabarismos da "coisa" - até eu, se fosse funcionário do Estado, faria greve, Costa!
Faria greve independentemente de todas as razões laborais que a tanto me levassem. E há-as sempre!
Fá-la-ia, simplesmente, por protesto contra a IMORALIDADE governativa que vem galopando por este país fora, desde que os Mesmos do Costume substituíram o SEMPRE O MESMO.
É muito tempo, muita sem vergonhice e muita desolação!
Mas o pior, Costa, o pior é que a ténue margem da esperançosa Diferença aparentada pela tua (nossa) Geringonça está praticamente esgotada: quase não há dia que passe sem se saberem esquemas de compadrio, corrupção, peculato - etc e tal - com graves prejuízos para o Estado (que somos nós todos). Não há semana que acabe sem que não sejam públicas duas linhas escritas, uma foto ou uma qualquer reportagem sobre envolvimentos de agentes do Estado (governantes e/ou não) em negócios, adjudicações, perdões. esquecimentos - etc e tal - com prejuízos para todos nós, contribuintes.
Depois é o nunca haver dinheiro para satisfazer os compromissos constitucionais que o Estado tem para com os seus cidadãos: principalmente na Saúde, na Educação, na Acção Social - etc e tal - e, de repente, saltarem milhões (já lá vão 20 mil milhões) de €uros para ajudar a Banca, em rota de falência devido aos maus negócios dos amigos de quem? do Estado (e os centrões aliados), claro!
E depois, Costa... bem, depois o que também ajuda muito a "grevar" é a IMPUNIDADE com que quase todos os que prejudicam/ram o Estado se passeiam arrogantemente pelos restaurantes. lojas, bares, resorts - etc e tal - onde nós, contribuinte, nem conseguimos entrar...!
Então que Estado é este, Costa? Porque é tão benevolente e lenta a nossa Justiça? Porque é que (especialmente) os políticos não cumprem o seu juramento "a bem da nação" e tratam eficazmente, sem medos nem rodeios burocráticos os seus pares oportunistas, sem escrúpulos nem qualquer sentido de Estado?
Greve? claro que, se fosse trabalhador activo, também fazia greve; não apenas por querer (justamente) melhor rendimento pelo meu trabalho, mas, principalmente, como sinal de descontentamento pela IMORALIDADE com que temos vindo a ser governados.
Porém, como já estou em idade (e estado) de reforma, não faço greve.
Mas tenho o colete amarelo luminoso atrás da porta - prêt à porter!