Dantes, nos tempos da "liberdade" salazarenta, as opiniões díspares tinham de ser entrelinhadas ou embrulhadas no espesso papel manteiga da época para consumo em local secreto.
Hoje, felizmente, não é assim; no entanto ainda se nota que há gente - culta, educada, do tipo nada consta em desabono - que, politicamente falando, parece preferir o comodismo da critica fácil, ao exercício do mais elementar acto de cidadania: que em Democracia se chama votar, argumentando egoisticamente: "Ah e tal... não sustento isto e aquilo, o sistema está viciado, prefiro ficar em casa a desfrutar a boa vida, etc., etc..."!
Se é pena que esta argumentação possa fazer fé junto dos menos esclarecidos, mais lamentável se torna quando leva cidadãos de formação acima da média, tendencialmente mais altruístas, a fazer abstenção num acto de tamanha importância colectiva como o do passado dia 6.
A verdade é que 45,5% dos eleitores inscritos abstiveram-se, constituindo assim o grupo (4.250.000 pessoas) mais significativo das Legislativas/2019, que, hipoteticamente, teria a quase maioria de deputados na futura Assembleia da República.
Perante a crescente radicalização deste panorama, será tempo de o Sistema olhar para dentro de si próprio e, à semelhança de muitos outros países, trocar a autonomia, o civismo e a liberdade do actual sistema de voto, por um sistema de voto obrigatório que penalizará os não votantes; por exemplo, no princípio básico de "dá cá, toma lá", ou seja: votaste... és cidadão merecedor dos benefícios do Estado (saúde, educação, assistência social e judiciária, etc.); não votaste... paciência, votasses!
Não parece muito democrático, pois não? Mas, infelizmente, se calhar, é o futuro tema que, hipocritamente, esperam os tais comodistas e os seus franco-atiradores para desabar impropérios sobre Abril/74.
Perante a crescente radicalização deste panorama, será tempo de o Sistema olhar para dentro de si próprio e, à semelhança de muitos outros países, trocar a autonomia, o civismo e a liberdade do actual sistema de voto, por um sistema de voto obrigatório que penalizará os não votantes; por exemplo, no princípio básico de "dá cá, toma lá", ou seja: votaste... és cidadão merecedor dos benefícios do Estado (saúde, educação, assistência social e judiciária, etc.); não votaste... paciência, votasses!
Não parece muito democrático, pois não? Mas, infelizmente, se calhar, é o futuro tema que, hipocritamente, esperam os tais comodistas e os seus franco-atiradores para desabar impropérios sobre Abril/74.
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