segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Os Sócretinos



Sempre tive alguma dificuldade em perceber a existência de certas claques no panorama político nacional.
Que os partidos tenham os seus militantes organizados e que eles se manifestem publicamente da forma (legal) que bem entendam, “no problema”.
Mas aqueles grupos formados à volta das personagens políticas que se evidenciam, e se lhe pegam como as pulgas do mar se agarram aos badejos , é que não percebo. Aliás, eu percebo-os; não percebo é como uma pessoa de bem os aceita, e, pior ainda, porque é que o “sistema “ os privilegia - tornando-os numa espécie de barómetro político, tantas vezes indicador de valores tão distintos da realidade.
Neste particular, e para engordar a crónica, lembro aqui os “spinolistas, otelistas, gonçalvistas, soaristas, sá carneiristas, cunhalistas (?), eanistas, cavaquistas, marcelistas, guterristas, barrosistas, santanistas (e santanettes)”.
Porque o meu alvo de hoje são os incondicionais, os que sempre acham que o chefe tem sempre razão, os que não deixam o chefe respirar fora da sua bolha de oxigénio, ou espreitar o outro lado da questão, pular a cerca, ou até “mijar fora do penico”, em suma: os que nunca dizem ao rei que vai nu.
Esses fantoches serão, presentemente, os principais culpados da política do "no passa nada" do actual governo e da insensibilidade de José Sócrates às crescentes demonstrações de desilusão nacional no que respeita à gestão das áreas governamentais mais importantes para a qualidade de vida e cidadania dos portugueses.
Por isso é que em 2009 lhe vai ser exigida mais uma manobra de engenharia: o sacudir.
Do seu engenho em sacudir as "carraças" que lhe sugam o bom senso e da sua arte de gerir compromissos, dependerá o regresso do governo ao Socialismo Humanista em que a maioria dos eleitores portugueses acreditou em 2005, bem como o êxito das terapias anti-depressivas com que se propõe enfrentar a crise económica mundial.
A hora é de Sócrates mostrar o que vale, per si.
A claque, serão só cretinos !

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