Cada vez que são tornadas públicas notícias sobre o trabalho, Portugal divide-se
De um lado, à direita, partidos políticos, confederações patronais , grémios e capitalistas (ainda é mesmo esse o nome) acusam o governo de não tomar as medidas correctas para auxiliar as empresas, quer através de juros bonificados e atribuição de fundos (perdidos ou a esquecer), quer na redução de contribuições, taxas e impostos, quer ainda, na imposição de contenção salarial aos trabalhadores.
De outro lado, à esquerda, partidos políticos, inter-sindicatos, desempregados e subsídio-dependentes, condenam o mesmo governo: por permitir que os empregadores privados portugueses continuem a fechar empresas – despedindo pessoal, por pouco ou nada apoiar iniciativas individuais geradoras de emprego (ou menos desemprego), e pela ineficácia das políticas sociais enquanto garantia das condições mínimas de sobrevivência da crescente população no limiar da pobreza.
No meio, naturalmente, deveriam só estar o governo e o seu fiel partido socialista, defendendo-se, de uns e de outros, com declarações de desamor político, mal justificando-se, só, com a crise económica (inter)nacional.
Porém, no meio, também estão os que (ainda) trabalham, os que (ainda) consomem, e os que (até) pagam impostos sobre os seus rendimentos. Ou seja, os que sempre suportam as facturas: quando há “crise”, quando à desgoverno e/ou quando há a galopante e inexplicável atitude dos agentes económicos nacionais de fugirem à sua natural vocação empreendedora, entregando ao Estado a dinamização da nossa Economia confirmando-o assim - à boa(?) maneira comunista - como o grande empregador dos portugueses.
Não será o que vai acontecer se a sobrevivência do país continuar a crescer à custa desse novo Estado Patrão, enquanto os investidores nacionais ou enterram a cabeça na areia ou se deslocam para offshore?
Eu, embora não sendo já peça importante da produtividade nacional, estou seriamente a pensar na compra de uma farda em sarja, de um capacete e da bandeirinha.
Assim, já fico apto para as “manifs” do que der e vier por aí.
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