... depois de, finalmente, ter encontrado uma versão publicável da marcha "Os amantes da vaga" que o Grupo Vai Sempre - rei dos carnavais penicheiros - apresentou no carnaval deste ano.
Como é hábito deste grupo as regras cumpriram-se e a crítica politico-social foi, o tema forte desta cégada, como, aliás, tem sido ao longo dos carnavais que Peniche tem oferecido como alternativa às manifestações mais abrasileiradas que invadem o país.
O que eu (ainda) não consegui perceber - e é por isso que hoje aqui estou - foi a onda de rumores(?) gerados em volta desta marcha: desde ameaças a funcionários públicos, recados a familiares e elementos do grupo, intimidações a quem a publicasse, enfim... aquelas coisas que emprenham os boatos.
Não é que eu seja crente na velha máxima penicheira que diz (mais ou menos) "se os filhos do ... falam é por que é verdade". Mas, às vezes, Peniche cheira mal. E não são os odores do(s) guano(s) e da Etar. É pior: de vez em quando cheira a falso, a escuta, a perseguição, a delação, a MEDO.
Termino, lembrando que a CENSURA do Estado Novo, ao verificar a popularidade das cégadas, aboliu-as.