sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A puta, os chulos e os infectados


   Desde que, há cerca de um ano, comecei, coercivamente, a contribuir para a amortização da dívida soberana portuguesa, por cada dia que passa, por cada cêntimo de imposto pago, por cada milésimo de taxa agravada por lei, decreto ou despacho, sinto uma revolta (cada vez mais) crescente.
   Não (só) por ser à minha porta que bate, todos os dias 19 de cada mês, o germanófilo homem do fraque; ou porque duvido (muito, mas mesmo muito) que a corja de chulos que viveram, vivem e, provavelmente, viverão até ao fim das suas vidas à custa dessa grande puta que tem sido o Estado Português desde a sua adesão à CEE/UE, sejam penalizados (pelo menos) na mesma proporção que a maioria dos actuais contribuintes-amortizantes da Dívida.
  A minha ira transvaza-se porque da tamanha violentação fiscal da actualidade ninguém consegue dissociar o sentimento de impunidade de que gozam os malfeitores que, principalmente em cargos públicos, dolosamente – de forma directa ou indirecta – actuaram em benefício pessoal e/ou de grupo, prejudicando as finanças do país.
   Por isso - quando e só quando a montanha da Justiça desta nação acabar com os faits divers processuais da advocacia corporativista que (se) governa o país e parir a condenação desses muitos ratos que roeram a carne aos milhões de portugueses que neles depositaram a expectativa de uma vida economicamente melhor, mais justa, livre e fraterna - é que o desânimo que me faz sentir nojo de ser cidadão deste país, dará lugar ao despontar de uma leve esperança de me sentir um Português com quase mil anos de vida. 

1 comentário:

jkimilas disse...

esta semana tens andado inspirado, primaço!

será que esse "regresso" tão ativista quer dizer alguma coisa?