"(O que eu entendo por democracia não é) certamente o que vocês, os
pluralistas, entendem. Para mim, democracia significa liquidar o
capitalismo e os monopólios. E ainda lhe digo mais: Portugal já não tem
qualquer hipótese de estabelecer uma democracia ao estilo das que vocês
têm na Europa ocidental (p.61). Garanto-lhe que em Portugal não haverá
um parlamento (p.59). Não queremos uma democracia como a vossa (p. 62).
Portugal não será um país com as liberdades democráticas e os
monopólios. Não será companheiro de viagem das vossas democracias
burguesas. Porque não o permitiremos. Talvez voltemos a ter um Portugal
fascista (ainda que eu não acredite nisso). Mas seguramente que não
teremos um Portugal social-democrata. Jamais.” (pp. 73-4).(Da entrevista da jornalista italiana Oriana Fallaci com
Álvaro Cunhal, de 6 de Junho de 1975, agora republicada na íntegra na
série Grandes Entrevistas (Vol. 5, 30 de Novembro de 2014, pp. 52-74).
Apenas me considerei "soarista" quando as alternativas faziam perigar o que fez dele, indiscutivelmente, um dois maiores combatentes da história recente de Portugal: a Liberdade.
Por isso, com um dia de atraso sobre o seu 90º aniversário, aqui lhe deixo a minha gratidão.
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