Hoje foi a minha vez de pagar (ainda não percebi a quem) 10 cêntimos por um saco plástico para transporte das compras feitas num hipermercado.
Para mim é claro que a legislação publicada terá mais a ver com um novo imposto disfarçado do que uma medida ambiental, pois a confusão gerada com a espessura do plástico e as asas do saco foi contornada pela habitual interpretação portuguesa do "tudo a eito" - assim ganhando o fabricante, o Estado e o comerciante, em detrimento da melhoria ambiental e, principalmente, da carteira do consumidor.
É claro que a honestidade intelectual e a nobreza do legislador fizeram-no apregoar que "muita gente vai usar os sacos plásticos mais do que uma vez".
Pegando neste axioma, pensei: como grandes e assíduos frequentadores dos hipermercados os reformados, pensionistas e aposentados vão ter de acrescentar mais um elemento ao seu equipamento diário de sobrevivência.
Portanto, teremos, repartido pelos bolsos das calças e do casaco: o lenço, os cartões de Cidadão e do SNS, o calendário de bolso, a agenda (ou tabela das marés), o porta-moedas, a caixa dos comprimidos diários, a esferográfica, o telemóvel, a chave de casa, os óculos de ver ao perto e, a partir de agora, o Saco de Plástico Reutilizável.
Se não se quiser andar com tanta tralha nos bolsos, uma pochete é a solução; fica bem e dá sempre um ar mais "je ne sais quoi"...
Se não se quiser andar com tanta tralha nos bolsos, uma pochete é a solução; fica bem e dá sempre um ar mais "je ne sais quoi"...
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