"Andando como Camila a
leitura era rápida: cabelo curto = estrangeira. Sem véu = secular =
fácil. Educada = prostituta. Nas mais diversas situações fui assediada:
olhando coisas em lojas, pegando um táxi, caminhando na rua, dentro do
hotel. Mas na medina (o local do comércio) especificamente era uma
loucura. Vendedores pegavam na minha mão e, em vez de responder o preço
do que eu estava perguntando, devolviam uma pergunta: “podemos passar
esta noite juntos? Você está disponível?”
Só com os olhos de fora, no entanto, caminhando pelos mesmos lugares, pedindo a mesma informação para os mesmos homens, senti-me “honrada, respeitada, protegida, valorizada”. Não havia assédio. Apenas homens solícitos, gentis, reservados, sérios, dedicados e distantes. A atenção, em alguns momentos, era servil. Alguns homens se inclinavam ligeiramente na chegada e na despedida. Era uma reverência à pureza e decência que os tecidos sugeriam."
Só com os olhos de fora, no entanto, caminhando pelos mesmos lugares, pedindo a mesma informação para os mesmos homens, senti-me “honrada, respeitada, protegida, valorizada”. Não havia assédio. Apenas homens solícitos, gentis, reservados, sérios, dedicados e distantes. A atenção, em alguns momentos, era servil. Alguns homens se inclinavam ligeiramente na chegada e na despedida. Era uma reverência à pureza e decência que os tecidos sugeriam."
"Os homens árabes são, de maneira geral, robustos e fortes, grandes, espaçosos, agressivos, traços marcantes, imponentes. Briguentos, gritam no trânsito, gritam para pedir uma oferta na medina, gritam quando se encontram. Nas músicas, gritam. A arte é dionisíaca, exterior, dramática. Não vi um homem beijando uma mulher em espaço público, mas muitos homens se cumprimentavam calorosamente com beijos no rosto, abraços e caminhavam de mãos dadas."
(Texto de: Camila Caringe)
(Foto de: Color Cat)
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