quinta-feira, 25 de julho de 2019

The 67th blues

À medida que a idade avança, aumenta o drama, não de ser velho, mas o de (ainda) nos sentirmos novos, ou o de muito querermos ser tão jovens na acção como ainda nos imaginamos.
Mas "ela" não perdoa, e todos os dias faz questão de se afirmar - ao espelho, num "ai" extemporâneo, num tremor inesperado, numa desmemória ou numa hesitação, em suma, numa qualquer indisposição que sempre procuramos desculpar(?) com a "puta da idade".
Seja como for, é-nos sempre grato, pelo menos uma vez por ano, passar um dia em que, apesar de acrescentarmos mais um número à vida, nos rodearmos do melhor que ela nos tem dado. E comigo tem sido pródiga nos amigos e, principalmente, na família - a maior razão de continuar a querer não ser velho, ou, como disse Vergílio Ferreira: "continuar a ser como música... mas num outro tom!"
É isso mesmo; não é preciso sambar, basta-me um tocar em tom de "blues" (de que tanto gosto).


  

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