quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

O paradigma do primogénito

Uma das primeiras ideias fantásticas do meu primogénito foi a de que a vida das pessoas deveria ser vivida ao contrário; ou seja, feitas as contas entre a esperança de vida e o período normal de uma carreira profissional, o ser humano deveria começar a trabalhar (a sério)  por volta dos 40 anos de idade. Até lá, aproveitando a pujança física e psicológica característica da primeira metade adulta, deveríamos desfrutar do "modus vivendi" que mais desejássemos e melhores proveitos nos desse, por forma a garantir-nos ânimo, força e sabedoria para vencer a outra fase - a do trabalho afincado, dos problemas, do stress e, finalmente, do envelhecimento. 
A primeira verdade é que, nem com um mentor desta qualidade consegui alterar o meu padrão de vida (semelhante a tantos triliões de outros), nem tampouco adaptá-lo, ainda que por experimentação.
A segunda verdade é que, com doze anos de antecedência, o Destino
(cardiovascular) parou-me de trabalhar, mandou-me travar a fundo nas preocupações, maus hábitos e stresses e dedicar-me a outros cultos, amores e afectos.
Foi o que fiz
(mais ou menos...): podia ter optado por, música, fotografia, viagens solitárias, pesca e mais uns quantos "gostava muito de bem saber/fazer" continuadamente adiados pela "vida de trabalho".
Pois; 
poder podia, mas não era a mesma coisa que escrever o que penso: sobre o que me preocupa enquanto ser humano e/ou cidadão, ou sobre o que me vem à cabeça - meio cheia de tanto disparate, meio vazia de bom senso. 
Por isso é que hoje, mais do que celebrar (assim) os doze anos deste blogue, presto homenagem a mim próprio: por, ainda que de forma ligeira e bastante fora de tempo, tentar encontrar alguma da razão do paradigma do meu puto na minha prazerosa busca diária em conservar o corpo, purificar a alma e agitar a mente através da boa disposição.
Desculpem a imodéstia!

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