A solidão não é boa companheira, mas todos temos de conviver com ela e, infelizmente, quando mais dela não precisamos é quando sua excelência decide mostrar a sua tirania, desta vez aproveitando-se de uma nova doença que promete ser violenta, especialmente para nós - os mais velhos, tanto na idade como nas resistências naturais.
Por isso, meu pai, eu sei que não é fácil ficar calmo com tanto a acontecer à nossa volta, eu sei: hoje, mais que nunca, deveríamos estar juntos celebrando os teus noventa anos de vida e agradecer-te, mais uma vez, o pai e o amigo que tens sido e o Homem a quem nunca conseguirei comparar-me.
Não vamos poder, juntos, lembrar histórias das nossas vidas, nem sorrir com as brincadeiras dos netos nem gargalhar aquiescentemente com as diabruras dos bisnetos. Vamos ouvir-mo-nos apenas e trocar palavras bonitas, carregadas da verdade que nos vai na alma: do amor e gratidão que todos sentimos.
Para hoje fica a foto possível - recuperada de um dia (bem) passado em família - na esperança de que a tempestade acalme e que, daqui a uns tempos, bonançosamente, possamos, todos juntos, acertar contas com momentos felizes que mereces ao lado da tua Irene, companheira de sempre e até sempre!
Parabéns com um xi-coração (virtual, claro!)
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