domingo, 30 de agosto de 2020

Os EUCALIPTOmens

Há homens que, pelas suas características comportamentais junto da Sociedade, nos levam a compará-los com o eucalipto - por ser uma espécie que se destaca por secar tudo à sua volta.
Sendo indivíduos, por regra, com assinalável facilidade de expressão e  relacionamento, delicados e que, geralmente, conhecem muito bem o ambiente e o seu auditório
 a quem, com simplicidade, transmitem as suas ideias, recorrendo a frases feitas e narrativas exaustivamente multiplicadas.
Rodeiam-se de correlegionários, de obediência inquestionável, a quem, pontualmente, atribuem uma aparente liberdade de discussão - sempre encerrada com a sua razão - exortada pela sua eucaliptal voz dominante.
Dispõem dos "fiéis” como peças (brancas e/ou pretas) pelos vários tabuleiros do xadrez em que jogam, sempre atentos às jogadas que os ofusquem e retirem do centro das atenções; assim controlando as diversas organizações do seu ambiente
De enganos raros - porque do lado certo(...) estão sempre atentos a veleidades ou movimentações que suscitem o aparecimento da diversidade,  inventam  sempre as desculpas e os responsáveis pelas eventuais promessas incumpridas – chegando a viciar factos para tentarem criar a ilusão de que tudo está bem no ambiente que os envolve.
Mesmo que o deserto avance, obstando ao desenvolvimento renovado de causas e comportamentos.

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Os orgiastas

Os quinze mil milhões de euros (+-) que o Fundo de Recuperação da UE garantiu a Portugal em subvenções para resposta à crise do Covid19 é muito dinheiro! 
Mesmo não havendo certezas sobre a sua suficiência para cobrir as crises, económica e social, que se avizinham rapidamente, uma coisa é certa: as "famiglias-que-governam-isto-tudo" estão ávidas de meter as mãos no cabaz (como dizia o meu querido e saudoso amigo Vidaúl). Vai daí, que mais haveria a fazer senão recorrer às velhas amizades político-partidárias e cobrar o "what are friends for"?
Não se pense, portanto, que serão erros governativos e/ou a pandemia os principais causadores da actual agitação política, diariamente lançada com uma polémica sobre a vida do país, questionando um funcionário público, enxovalhando um secretário de estado, desprimorando um ministro, ridicularizando um deputado e, até, desdenhando as instituições do Estado e a própria democracia. 
Neste momento toda a gente conspira contra tudo e contra todos para entrar bem posicionado na fila da repartição dos €€€. Ou para participar na "orgia financeira" que o incompetente insuspeito(...) Durão Barroso proclamou, ao mesmo tempo que lançava a criação de uma comissão de controle dos Fundos (talvez por si presidida...) junto da Assembleia da República.
Porém, neste contexto há os partidos parlamentares que - à direita e à esquerda- corajosamente (porque não dizê-lo), se batem de peito feito: dando a cara, explanando ideias e propostas em farto antagonismo com o poder dominante; e depois há o que, pelos vistos, optou pela via mais hipócrita das "duas caras". Uma, tipo polícia bom PPD/PSD Portugal com esta página de facebook: levantando questões de justeza e pertinência em todos os contextos da vida política nacional,  a outra via, tipo polícia mau, com esta página de facebook de nome PSD Europa: recorrendo às formas mais baixas de fazer política, com vários atiradores furtivos a disparar imbecilidades e muitas notícias grávidas de dúvidas que deixarão os snipers de André Ventura roídos de inveja.
E a procissão ainda nem saiu da igreja...
E, pior, acredite-se ou não, o "diabo chamado covid19" continua bem à solta a infectar o mundo: aniquilando pessoas, destruindo economias e a instalar desassossegos. 

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Vai ficar o quê?

Durante as últimas três semanas tive a oportunidade de frequentar duas unidades hoteleiras ****  - uma no concelho de Loulé, a outra no concelho de Sintra.
E, se na algarvia senti todo o peso do corona-vírus a controlar respeitável, mas responsavelmente, a minha primeira aventura fora de casa desde meados de Março deste ano, na segunda - na "temível" região de Lisboa e Vale do Tejo - a irresponsável descontracção com que se zelavam as regras do desconfinamento, quase que me obrigaram a confinar fora de portas, tal a negligência com que, diariamente, convivi.
Parece, portanto, que não basta à DGS encher os meios de comunicação social e os locais públicos e privados com avisos, regras e conselhos; que não temos de acreditar em tudo o que nos é dito por gente responsável, tipo "os transportes públicos não são importantes na transmissão do covid19"; que a opinião dos epidemiologistas deve ser mais fiável que a do primo do nosso amigo que é namorado de uma enfermeira, que isto, que mais aquilo... 
A verdade deste coronavírus, por enquanto, é só uma: é uma pandemia, não tem vacina de eficácia comprovada e efeitos secundários conhecidos na sua totalidade. Então, apenas a prevenção cujas regras são por demais conhecidas, nos podem dar algum conforto.
Mas temos de estar todos conscientes do jogo que jogamos, das cartas que podemos pôr na mesa, dos pontos que podemos ganhar e, principalmente, dos pontos que podemos perder - a vida, neste caso!