terça-feira, 17 de junho de 2008

D' ERSE

Por uma questão de sanidade mental, só ao fim-de-semana é que aprofundo a leitura de jornais, mas, mesmo assim, há sempre uma ou outra notícia cuja digestão, mesmo intervalada com água das pedras, se prolonga por mais quatro ou cinco dias.

No passado domingo, foi a 1ª página do DNotícias anunciando que, por proposta da ERSE - Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos “a EDP via cobrar a todos os clientes as dívidas só de alguns”, adiantando que “os clientes bons pagadores vão passar a assumir (13,6 milhões de €uros) parte das dívidas incobráveis da EDP”.

Ora isto, assim dito, chateia; pois claro que chateia !

Tanto quanto ainda me lembro, contabilísticamente, podem ser anualmente criadas PROVISÕES para os DEVEDORES DUVIDOSOS das empresas, verbas (com limitações decorrentes do volume de negócios anual) que são aceites fiscalmente como prejuízo. E a EDP não faz assim ? é para ter mais lucro à custa dos “mexilhões”?

A EDP já não é uma empresa pública; mas o Estado – que directa e indirectamente, detém cerca de 26% da sua estrutura accionista - é, ou deve(ria) ser uma pessoa de bem a quem compete a defesa dos interesses nacionais, logo, dos portugueses. Assim sendo, quero acreditar que o ministro da Economia ao afirmar “a proposta é de muito mau senso” quererá, das duas uma:

- ou, informalmente, vetar esta absurda forma de cobrança proposta pela ERSE - um organismo da sua tutela,

- ou dar já como indicação para o seu administrador delegado na EDP propôr em Assembleia Geral, quanto à distribuição dos lucros do ano 2008: retirar 3% dos dividendos a distribuir pelos accionistas (457 milhões de €uros em 2007), para cobertura das dívidas incobráveis.

E “prontos” - faça-se luz !




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