"Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.
Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso.
Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças , de protecções e lavagens , de corporações e famílias , de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa!" (Clara Ferreira Alves - "Expresso")
Por este caminho - excelentemente articulado por Clara F. ALves - o caso BPN estará condenado a vender jornais, tempos de antena partidária, a estéreis horas de discussão parlamentar, e mais umas não sei quantas "diversões" que, no final, apenas lhe servirão como cortina de fumo. Porque, quando chegar a hora de fazer funcionar a balança da Justiça, já não haverá crime nem culpáveis. Apenas defraudados ... nós - os contribuintes doimpostos que, provávelmente, irão ser utilizados para salvar a falência de uma empresa de negócios escuros.
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