quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Megalomania ?

Numa conferência de imprensa realizada no passado dia 12, Gonçalves Sapinho - presidente da Câmara Municipal de Alcobaça - falou sozinho, assumindo plena responsabilidade pelas suas propostas. A novidade desta conferência de imprensa é a mudança, “de armas e bagagens” da Câmara Municipal para o Mosteiro, o que “seria a grande solução para a manutenção, para a circulação de pessoas e para a permanente animação da zona histórica” da cidade. A instalação da autarquia não iria, garante Sapinho, comprometer nem a arquitectura, nem o espírito ali existente, e o espaço ocupado pelos vários serviços estaria aberto a todos. (in:oesteonline)
Ora aqui está uma boa solução para a Fortaleza de Peniche. Uma vez que, tudo quanto se imaginou/projectou para aquele espaço, não tem passado, nem, seguramente, vai passar disso mesmo - restando apenas o aproveitamento precário de alguns espaços, nomeadamente, com museologia de fraca qualidade - centralizar na Fortaleza todos os serviços públicos relativos à sede do concelho e compatibilizar o respeito devido à sua história com outro tipo de intenções cívicas e culturais, parece-me uma ideia interessante, talvez megalómana, mas que poderia mudar a face deste monumento tão penichense e, ao mesmo tempo, tão arredado dos penicheiros.
Provávelmente
, a maior oposição virá de áreas ou movimentos para quem o passado há-de ser sempre o único modo de conjugar o futuro - como se assistiu com as críticas (inter-pares) a uma recente hipótese de viabilidade para a Fortaleza.
Possívelmente, esta ideia já terá sido lançada por um ou outro "insano" noutros terreiros.Não faz mal !
Na minha opinião, são cada vez mais questionáveis os resultados da pequenez das opções e estratégias seguidas por quem tem governado esta terra: de perto e de longe. Basta lembrar as zonas industriais do Abalo, da Prageira e Vale do Grou, o porto de pesca - com as suas sucessivas adaptações a classificações mais ou menos pomposas - o estádio de futebol, a futura marina e fosso das muralhas, o PDM, as REN's e as RAN's; enfim, se calhar, poder-se-ia ter ido mais além e mais exigente.
Por cá, essa visão sempre pecou por mediana (para ser generoso) exceptuando o Arqº Paulino Montez. Por isso, honra lhe seja feita. Então continuemos, mesmo correndo o risco de roçar a megalomania. Pode ser que, daqui a 10, 20 ou 30 anos, o pecado esteja expiado.
Amén !


1 comentário:

Anónimo disse...

Caro José Pedrosa,

Inteiramente de acordo, caso, evidentemente, o projecto de que se tem falado para aquele espaço não venha a passar do plano das intenções. Tanto mais que - com muita pena minha -, com o alarde que se tem feito pela comunicação social e blogosfera em torno do mesmo, temo que, mais uma vez, o povo desta terra não tenha uma palavra final sobre o assunto.

Quanto a tratar-se de uma "megalomania", já não concordo nada. Aliás, e a propósito, é curiosa essa sua referência ao Arq. Paulino Montez. Será "megalomania" essa "mania" de algumas pessoas desejarem o melhor para a sua terra? Ou, pelo contrário, por força de não perspectivamos o que de melhor podiamos fazer e ser, estamos inevitavelmente condenados à mediocridade?

Venham de lá mais visionários, a terra precisa!!

Abraço

Bernardo Costa