O meu relacionamento familiar com alguns dos antigos "craques" do futebol permitiu-me perceber o que representou a "passagem à reforma desportiva" da maioria dos atletas dos futebois de antigamente. Tecnicamente, era simples: continuavam a correr (pela vida), a chutar (uma profissão qualquer) e a suar (as estopinhas) para, pelo menos, não baixarem de divisão socio-económica.
Agora não. Para além de contratações bem mais proveitosas - com descontos para a reforma - há as publicidades, as escolinhas de futebol, o sad-secretariado técnico, o pato-bravismo, o negócio politico da imagem, os off-shores, as fundações e todo o resto do empreendedorismo lícito disponibilizado pelos bem pagos magos dos impostos.
Por isso, há seis anos, um futebolista internacionalmente reconhecido pôde dar-se ao luxo de renunciar à selecção nacional. Por isso, nas últimas eleições legislativas, um dos melhores futebolistas portugueses driblou os caça-fantasmas políticos. E por isso, gorou-se a esperança legítima de se poder renovar a gestão do futebol nacional: é o que dá brincar com o fogo!
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