Hoje, quase sem dar por isso, lembrei que passaram nove anos sobre o dia em que perdi todos os medos: do escuro, da solidão, das pessoas, da doença(…), de ser esquecido, da vida e (até) da morte.
Hoje, quase sem dar por isso, lembrei que o meu maior temor é deixar-me anular. De perceber que não sou eu mesmo, de atrofiar cá dentro. De perder as memórias, o raciocínio, o querer, os meus gostos - anulando vontades e repreendendo prazeres. De aceitar o inaceitável, de não dizer não, de caminhar em fila de pirilau, de parar de pensar ou de sonhar…
Ora porra!
Hoje, quase sem dar por isso, passados nove anos sobre uma quase-morte-anunciada, percebi que afinal tenho medo de morrer continuando vivo!
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