Julgo até, que o direito à Cultura consagrado como fundamental na Constituição Portuguesa não tem merecido a devida correspondência pela maioria dos governos da nação que, de forma continuada, se têm recusado a assumir o papel interveniente do Estado na promoção do livre acesso à fruição cultural.
Para mim não faz sentido ter de pagar para conhecer o que (também) é meu ou é (também) por mim sustentado.
A título de exemplo, vejamos apenas o caso de uma visita ao Parque e Palácio Nacional da Pena
Se, nos tempos que correm, uma família de quatro pessoas for a Sintra e, perante esta “despesa cultural”, antes optar por um pacote de queijadas e quatro cafés – gastando pouco menos de um décimo … será uma família de tesos, de incultos ou de pimbas e sei lá mais o quê. Mas será, com certeza, uma família portuguesa com direito a “alimentar o espírito” conhecendo o que é seu.
E depois, admiram-se (?) que as telenovelas, as revistas cor-de-rosa, os jornais desportivos e a sub-cultura virtual sejam as preferências nacionais ..! Ou será que manter a ignorância de um povo é garantir a sobrevivência das elites ?
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