Democracia amerdaçada

Se bem me lembro, a história da TVI começa em 1993, quando o governo psd/cavaco silva decidiu atribuir à Igreja Católica o quarto canal de televisão em Portugal, dando ouvidos às orações do episcopado português. Assim, sem mais nem menos.

Mas, como as tvs não (sobre)vivem de missas e terços, decorridos quatro anos os (mesmos) bispos iniciaram outra novena por alma de qualquer coisa como oito milhões de euros – valor do passivo acumulado da tvi.

Foi então que apareceu Belmiro Azevedo – o papa da sonae – que, com o beneplácito governamental e em sociedade com a lusomundo e outros barões da comunicação social, pagou o dízimo, tratou da desbeatificação do canal televisivo, "continentalizou-o" adptando-o ao conhecido lema "novidades, novidades, só na... tvi",

E lá foi a tvi, mudando de mão em mão, cantando e rindo, até 2005, ano em que saltaram à luz do dia, aliás da Bolsa de Lisboa, novas manobras de diversão sobre o futuro do canal. A Igreja Maná, a Média Capital, o senhor paes do amaral, a LPBrothers, os espanhóis da Prisa e o governo da nação baralham as cartas, e da cartola saltam: a prorrogação, para além de 2007, das licenças de emissão e o grupo Prisa como o dono, digamos assim, da tvi.

Nestes especulativos doze anos de vida, fica bem claro um quase novo milagre da multiplicação, não dos pães, mas dos euros, sempre a favor do baronato mídia. Entretanto, mais recentemente, surgem no mercado novos apetites sobre a TVI. O mais descarado veio da PT-Portugal Telecom (que só não se concluiu porque o governo se esqueceu de que tinha uma golden share) o mais disfarçado vem de uma tal Ongoing (gente da ex-Sociedade Nacional de Sabões) para onde, em Agosto último, entrou josé eduardo moniz, cinco dias depois de ter saído da tvi.

É nesta tvi que trabalha manuela, a moura guedes, casada com o tal de moniz, com chalé na quinta da marinha e uma propriedade em pleno Alentejo – onde cria cavalos, e que terá recebido 5 ou 6 milhões de euros pela recente troca de patrão. Manuela – a moura, que pré-anunciava para sexta feira passada um jornal especial com objectivos políticos perfeitamente definidos.

E, então pensei assim: - quer dizer, o(s) governo(s) da nação anda(m) há 15 anos a permitir que esta tvi crie príncipes e princesas, alimente generosamente os seus dotes e, de repente, ao mesmo tempo, dois deles resolvem cuspir no prato da sopa ? Não está certo! É assim que se trata a mão que embala o berço?

E se, o moniz já acertou as contas, não era justo (até mesmo para o casal) que manuela - a moura, ficasse inibida de também singrar na vida: quer cronicando pelo mundo da comunicação social que tanto a acarinha, quer sendo directora do canal benfica, quer como porta voz partidária da malta amiga das manuelas, ou, em última instância, negociar a publicação no youtube dos testemunhos que detém sobre os principais crimes políticos do país, nomeadamente, freeport, bcp, bpn, apito dourado, camarate, casa pia, furacão, padre amaro, etc.

Por isso, pela sua libertação intelectual, agarrei no telefone, mandei suspender o programa e a manuela – a moura.

Portanto, meus amigos, fui eu!

E, o outro moura – o pina, que se cuide… a seguir pode ser ele.