quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ao DIA dos (meus) bombeiros



Antigamente, quando tocava a sirene do quartel no largo D.Pedro V ou, mais tarde, na rua da Escola Nova, quase que Peniche inteiro acudia em sobressalto à chamada. Uns porque queriam ajudar voluntáriamente, outros porque queriam apenas satisfazer a curiosidade despertada por aquele apelo mecânico de socorro.
Tempo de outros riscos - provavelmente maiores , porque a prevenção não era cultivada nem imposta - o certo é que, fosse qual fosse o acidente, o desastre ou a necessidade urgente, era o bombeiro voluntário que lá ia - a todas.
Hoje, quando por acaso (se o vento ajudar) ouvimos o mesmo toque, a reacção é completamente diferente. Quase que apenas o registamos como indício de qualquer coisa mal acontecida. A disponibilidade e a curiosidade de antigamente são completamente abafadas pela calma e serenidade de sabermos que a gente certa já vai a caminho para tratar da ocorrência.
Fundamentalmente, o que interessa são a qualidade e a velocidade da prestação do socorro. Técnicas cujo apuro exige muito mais do que só a dedicação de outros tempos.
Mesmo que profissionalizados, "vida por vida" continuará a ser o lema dos Bombeiros, assim como o voluntariado (ainda) terá de continuar a ser o suporte de muitas corporações nacionais. Quem não perceber e contrariar a utilidade desta coexistênca está a mais nas Associações, porque, sendo Humanitárias, a sua missão terá de ir muito para além do trabalho remunerado.
Os muitos anos que caminhei com muitos e grandes voluntários bombeiros, fazem-me acreditar na impossibilidade de ver "encerrada" a maior escola de solidariedade nacional. Qualidade que nos distingue de outros povos e cuja bandeira poderemos agitar sempre que os arautos da desgraça nos inflijam pesadas derrotas com outras comparações.

2 comentários:

jkimilas disse...

lida a epístola ... amen!

Anónimo disse...

Dos melhores!!!

Esta parte então: "A disponibilidade e a curiosidade de antigamente são completamente abafadas pela calma e serenidade de sabermos que a gente certa já vai a caminho para tratar da ocorrência".

D