quarta-feira, 9 de junho de 2010

É por isto que eu blogo

Por princípio, mas sem qualquer complexo de inferioridade, não gosto muito de criticar abordagens sobre a temática da vida humana, especialmente quando feitas com o profissionalismo e competência de agentes curricularmente inquestionáveis.
No entanto, o exercício da minha liberdade só atinge o seu pleno quando opino a meu bel-prazer sobre o que e quando me apetece.
Por isso mesmo, hoje, pegando nesta agitação noticiosa, lembrei-me da minha educação sexual e, com toda a honestidade intelectual, tentei perceber o porquê das (grandes) diferenças:

«Porque ambos estão muito apaixonados, o pénis do homem endurece e incha, de modo a poder entrar na vagina da mulher, que, entretanto, fica húmida e acolhedora. Chama-se a isto uma relação sexual»,inA Minha Sexualidade, dos 6 aos 9 anos

«Mas o sexo também pode acontecer quando não existe amor. Isso é uma escolha pessoal, uma forma de estar na vida que devemos respeitar», inEducar para uma Sexualidade Harmoniosa, dos 6 aos 12 anos

«As formas mais comuns de masturbação constam no acariciar dos próprios órgãos sexuais, ou seja, quando um rapaz acaricia o seu pénis ou uma rapariga acaricia a zona da sua vulva», inEducar para uma Sexualidade Harmoniosa, dos 6 aos 12 anos.

Comparando assim as coisas, admito que, neste capítulo, terei levado uma infância prenhe de ignorância, e que, se calhar por isso, ainda hoje me lembro muito bem das primeiras indisciplinadas viagens pela minha sexualidade - autodidáticas, sem guião nem kits ou (muito menos) controladores, mas sabendo sempre o que fazer: era o corpo a mandar, ao mesmo tempo que eu, natural e gostosamente, ia percebendo o ser homem.
Ora, mesmo sabendo que em volta da criança gira um mundo completamente diverso daquele meu e sem conservadorismos bacocos, é aqui que eu duvido da bondade da opção que vai entrar em vigor, ao "antecipar racionalmente" o calendário biológico da criança.
É certo que Portugal está velho, mas o rejuvenescimento do país não se fará com acelerações desta ordem, pois não?

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