segunda-feira, 6 de junho de 2011

Os desistentes

Ontem compreendi todos aqueles que, chegada a hora de votar, nunca hesitam.
Entendi todos aqueles infiéis partidários que conseguem resistir aos apelos, às influências encomendadas e branqueiam esse momento cúmulo da cidadania.
Consegui ainda perceber como é vencer a complexidade sugerida pela opção do voto útil(?)
Ontem, pela primeira vez, votei conscientemente derrotado, duvidei da justeza do voto branco e recusei o facilitismo da aposta ganhadora.
E sabem que mais? Anunciados os resultados das eleições legislativas, senti-me mais derrotado enquanto cidadão português do que como militante do partido vencido.
Porque, quando 3.875.000 cidadãos desistem do seu país e se abstêm de participar num acto eleitoral, não é o partido A, B ou C que ganha/perde. É o regime que começa a ser posto em causa, é, em última análise, a democracia a perigar.
Quanto ao resto da noite, depois de derrotado, no seu discurso de resignação, Sócrates voltou a ser o mesmo que há seis anos levou o PS à maioria. Pena que estes "estados de graça" tenham por hábito dois anos de duração...
Por isso é que concluo a postagem com um velho êxito musical dos Sheikes.

Pode ser que, daqui a algum tempo, esteja no top.

2 comentários:

jkimilas disse...

ó primaço, então?
uma lágrima no canto do olho?

eu bem te avisava...

Anónimo disse...

Não são os portugueses a desistir do País, é a abstenção que não tem sido levada em conta. Se cada vez que a abstenção é superior à votação tivesse consequências ( utopia ).........Gostava de ver.