terça-feira, 4 de março de 2014

Cégada Penicheira

Assistir ao corso carnavalesco de Peniche é, no mínimo, aplaudir a disponibilidade, a irreverência e a dedicação de umas centenas de penicheiros para quem o lema é mostrar que a vida são dois dias e o Carnaval três.
É verdade que a quantidade, nalguns casos, suplanta a qualidade, mas ninguém se sente defraudado por dúzia e meia de figurantes (compreensivelmente) marcharem em ligação directa com garrafas de cerveja, ou por haver matrafonas tão trapalhonas que parecem verdadeiras, ou até por algumas figuronas (e figurões)  desfilarem no alcatrão como se numa passerelle se exibissem.
Se o carnaval penicheiro é genuíno demais para merecer notas negativas de qualquer espécie, os seus grupos e participantes muito menos. A nós, os que por falta de coragem ou sentimento carnavalesco não desfilamos,  enquanto assistentes temos o dever único de os aplaudir e agradecer-lhes as horas de desanuvio das pesadíssimas cargas emocionais que acumulamos nos restantes 362 dias do ano.
Para finalizar e porque em Peniche não há carnaval sem cégada, deixo nota de uma cena que hoje poderá ter mudado a opinião que antes referi - pelo menos por entre as dezenas de pessoas envolvidas:
- Como a foto documenta, 15 minutos após o desfile do último grupo na rua Alexandre Herculano e Arqº Paulino Montez, andava o "carro-vassoura" dos serviços de limpeza da câmara municipal, a varrer em marcha acelerada obrigando as pessoas (algumas com crianças) a saír (correndo) dos seus lugares...
Houve até quem perguntasse:
"-Mas que pressa é esta? Vais haver eleições?"

 

1 comentário:

Zé Pedrosa disse...

Por razões de preservação de identidades, a foto publicada está distorcida.