segunda-feira, 20 de junho de 2016

Dez anos

Dez anos. 
Três mil seiscentos e cinquenta clopidogreis, mais outro tantos valsartans e sinvastatinas depois, seis mil quilómetros caminhados (como se tivesse ido a pé até Luanda), eis as contagens que hoje me ocorreram e que marcam mais um aniversário sobre "o dia em que podia ter ido mas não fui".
Tenho a consciência de agora ser um produto da evolução das tecnologias ao serviço da medicina e do constante aprofundamento do saber médico. Grato, penhorei-lhes a minha vida desde 2006.
Quando estas coisas acontecem, o primeiro passo a seguir à alta médica é tentar mudar a filosofia de vida; melhor dizendo: priorizar a individualidade. 
A princípio até parece que vai ser fácil. O susto e a dor propiciam a força de vontade necessária. Mas depois... 
Depois, abre-se uma excepção aqui, outra ali; e mais uma, outra e outra,  e quando damos por isso já navegamos em velocidade de cruzeiro, se não em navio como o que em que íamos naufragando, em barco dos que também cruzam os mares de antigamente. 
Ok, ok! sabes nadar. Mas porra, estás a esquecer a "lição"? Que vício, pá!
Olha que a disciplina na vida é como no futebol: o segundo amarelo dá vermelho e rua!
  
 

   

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