sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Chiquelinas e cornadas

A consideração do ser humano como o valor central da Existência, com base na razão, na ética e na justiça social - sempre respeitando multiplicidades - deveria ser, no meu entendimento, a nossa maior militância.
Assim, pela vida fora, vamos preferindo pessoas e grupos a que, pelos objectivos professados, mais e  (supostamente) melhor fará sentido juntar ideias, voz e confiança política.
Nunca é uma relação fácil, claro! Mas em nenhum momento irreparável, obrigatória, indissolúvel.
Tudo isto para querer tentar explicar a mim mesmo a perplexidade causada pela actuação maioritária dos deputados do PS na Assembleia da República na votação a favor da redução do IVA (6%) para Touradas, claramente seduzidos pelo paladino da cultura marialva que, como muito bem disse Vital Moreira,  ainda hoje "invoca a tradição para defesa de instintos e sentimentos cujo desenvolvimento humano tornou intoleráveis".
Como se não chegasse este benefício fiscal ao sadismo, quando como pago IVA a 13%, quando bebo pago IVA a 23%, quando compro protectores solares, suplementos vitamínicos, etc. pago IVA a 23%, quando consumo gás, electricidade e combustíveis pago IVA a 23% ou quando faço telefonemas de fins solidários pago IVA a 23%. Enfim... não consigo explicar(-me). 
Se calhar tenho de rever algumas das minhas preferências! 


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