quinta-feira, 25 de junho de 2020

(how can) God bless America?

"Não uso máscara pelo mesmo motivo que não uso roupas íntimas:
as coisas precisam respirar."
Apoiantes do movimento anti-máscara em sessão especial do condado de Palm-Beach, Flórida, alertaram para o satanismo, a pedofilia e até a morte se as políticas de saúde pública estaduais - nomeadamente as normas de distanciamento e de uso obrigatório de máscara- forem aplicadas. 
Os auto-referenciados, na sua maioria, como apoiantes de Donald Trump, tal como o seu patrono, parecem não (querer) perceber a correlação entre estes comportamentos verdadeiramente terroristas e os números aterradores que o Covid19 atinge - até hoje - nos Estados Unidos (2.512.815 infectados e 126.925 mortos). 
May god protect America from this kind of americans!

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Valores

Hoje, a propósito da vandalização da estátua do padre António Vieira e no contexto do dossier colonialismo/escravatura reaberto como sequela da catarse do racismo em Portugal,  as redes sociais - actual grande mãe da opinião pública - pariram mais umas centenas de filhos, desta vez especializados em antropologia, a juntar à ínclita geração dos nossos sociólogos de vão de escada, fruto da paternidade disfarçadamente assumida em 26 de Abril de 1974 pelo  ressabiamento nacional, mas que a Democracia - apesar de todos os seus"defeitos" - permitiu vir fazendo parte da sociedade portuguesa, sem necessidade de disfarces, vergonhas ou silêncios - descaradamente, portanto. 
E foi assim que, felizmente, a liberdade de opinião - própria ou encomendada - vem proliferando quarenta e seis anos depois da revolução de Abril.
E se nós, portugueses, pode-mo-nos queixar de ainda estarmos aquém de algumas das realizações essenciais a uma nação do primeiro mundo, 
pode-mo-nos gabar de termos sabido aproveitar a Liberdade então conquistada.
Hoje, respeitando os direitos do semelhante, pensamos, expressamos e agimos 
livremente - tão livremente que nem nos apercebemos do seu valor.
Por isso,
será sempre recomendável deixar que a História nos lembre que, num passado muito recente, em Portugal não se pensava, não se questionava nem discutia sobre a trilogia do regime, nem, muito menos, sobre o senhor que a incorporava. 


s

quarta-feira, 10 de junho de 2020

O dia do tuga

Apesar de ainda haver alguns a coçar “as partes” em público, ou a usar a unha do dedo mindinho na limpeza de nariz, dentes e ouvidos, ou a escarrar para o chão; apesar de, ainda uns tantos, deitarem lixo para a rua, levarem farnel para a praia ou não praticarem a regra básica da prioridade entre pessoas, afinal, mesmo devagarinho, já vamos(...) de férias ao estrangeiro, já comemos sardinhas de faca e garfo, já nos endividamos “à grande”… enfim, estamos cada vez mais parecidos com os demais cidadãos europeus.

Mas, infelizmente, o mesmo que nos diferenciava há uns anos, teima em continuar; a baixa prática da cidadania e a fraca literacia das pessoas, a aversão ao planeamento por contrapartida aos facilitismo e  desenrascanço, continuamos a privilegiar - agora com a ajuda das redes sociais - a inveja e mexeriquice como passatempo favorito, continuamos à espera que o Estado resolva todos os nossos problemas, continuamos a não ser exigentes com quem devíamos e a achar que a corrupção é uma endemia sem cura. E, o melhor, continuamos todos a achar que somos os maiores e como nós não há igual.
Após escrever sobre nós: 
"O que os Portugueses opõem à racionalidade capitalista não é unicamente a sua inaptidão. É uma resistência. (...) Eles ficam presos às virtudes que lhes são próprias, à sua tolerância patológica, ao seu cepticismo que só cede perante o maravilhoso, à sua generosidade inconsciente, às virtudes que são talvez utópicas e que lhes custam caro porque, para o mundo do progresso, equivalem a pecados mortais. Mas voltarão estas um dia ? Este assunto não está ainda resolvido. O que defendem os Portugueses, por vezes de maneira confusa e involuntária, mas sempre com tenacidade, não é uma possessão, mas os seus desejos. É justamente o que ninguém possui. O que este povo incarna é a critica da razão. [Meditações Portuguesas” in: Ach Europa! ( Frankfurt 1987)], Hans Magnus Enzensberger concluiu que "só os Portugueses é que não gostam dos Portugueses"; mas Pessoa - o maior português de todos os tempos - soube sempre quem somos e porque o somos.

 

domingo, 7 de junho de 2020

O burro chamado Cu

 "Um aldeão entrou numa corrida com um burro chamado CU e ganhou.

O aldeão ficou tão feliz que entrou novamente noutra corrida e voltou a ganhar. É então que o jornal local publica a notícia:

“Cu do aldeão pápa os outros...

O padre da aldeia fica incomodado e pede ao aldeão para não voltar a participar em corridas de burros. No dia seguinte o jornal publica:

“Prior da aldeia trava CU do aldeão…”

Foi foi demais para o padre, que, irritado, ordena ao aldeão que se livre do burro.
Resignado, o aldeão decide presentear uma freira conhecida de um convento próximo. 
O jornal fica a saber e publica o seguinte:

"Freira tem o CU mais desejado da paróquia."

O pároco, depois de recuperar do desmaio pós-leitura, comunica à freira que se deve livrar do burro e ela vende-o por 10 euros.
O jornal descobriu o negócio e publicou:

“Freira vende o CU por 10 euros.”

A notícia abalou tanto o prior, que só o tratamento do médico da aldeia o serenou. No entanto, chamou a freira e ordenou-lhe que voltasse a comprar o burro e o libertasse nas planícies da região, deixando-o viver em liberdade.
No dia seguinte os títulos das notícias rejubilam:

Freira anuncia que o seu CU é selvagem e livre.”

O padre é enterrado no dia seguinte.


Moral:
Preocupar-se com a opinião pública pode trazer muita dor e miséria, até encurtar a vida. 
Pare de se preocupar com o cu dos outros e cuide apenas do seu. 😅



sexta-feira, 5 de junho de 2020

O vigário vigarista

Se, para qualquer cidadão do mundo, é penoso assistir à forma socialmente desigual como Donald Trump vem gerindo a USA corona-crisis, agravada pela sua versão belicista da "lei e ordem" contra a violência relacionada com o racismo endémico da América, foi doloroso, independentemente do credo religiosos professado, vê-lo de bíblia na mão - querendo sugerir ser em nome de Deus que assim tem de governar,  mesmo que em permanente conflito com os direitos básicos dos seus concidadãos.
Naturalmente, muitos cristãos já terão manifestado o seu repúdio contra Trump, mas os crentes em Deus e as suas igrejas não se podem calar como se fosse normal Deus estar na boca dos que defendem a graduação do direito à vida, dos racistas, dos que censuram e ofendem a dignidade da pessoa humana e alimentam a conflitualidade permanente.
A verdade é que já vem sendo tempo de as correntes de opinião dos movimentos católicos, sempre céleres na condenação das "ideias fracturantes" do universo materialista, mostrem, inequívoca e rapidamente, ao Mundo a sua indignação pelos sacrifícios impostos às almas norte-americanas por um vigário vigarista "invocando o santo nome de Deus em vão".