À "ti" Cidália, conheço-a desde miúdo, quando ela era a "mestra das mulheres"- equivalente, hoje, a chefe de secção de manipulação de pescado num armazém de peixe.
Trabalhadora incansável, repartia as suas horas pela "Ribeira" enquanto havia peixe e a lavar roupa nos "Pocinhos" (actual Parque da Cidade ?) por conta de três patroas a quem tratava da casa. Só assim conseguia sustento para os sete filhos, gerados com o seu Xico Bagueira em outros tantos defesos consecutivos da pesca do bacalhau.
Apesar de tanta actividade, ou, talvez, por isso, a "ti" Cidália sempre foi muito espirituosa, recheando de brejeirice as suas conversas, as suas cantilenas e desgarradas.
Ainda um dia destes, admirado por vê-la longe de casa, perguntei-lhe porque razão, ela, já com perto dos oitenta anos, ainda vinha comprar o pão à padaria do Ilídio, quando tinha tantos supermercados à porta.
Respondeu-me:
- Olha lá filho, achas que não tenho o direito a ver o padeiro todos os dias ...?
Trabalhadora incansável, repartia as suas horas pela "Ribeira" enquanto havia peixe e a lavar roupa nos "Pocinhos" (actual Parque da Cidade ?) por conta de três patroas a quem tratava da casa. Só assim conseguia sustento para os sete filhos, gerados com o seu Xico Bagueira em outros tantos defesos consecutivos da pesca do bacalhau.
Apesar de tanta actividade, ou, talvez, por isso, a "ti" Cidália sempre foi muito espirituosa, recheando de brejeirice as suas conversas, as suas cantilenas e desgarradas.
Ainda um dia destes, admirado por vê-la longe de casa, perguntei-lhe porque razão, ela, já com perto dos oitenta anos, ainda vinha comprar o pão à padaria do Ilídio, quando tinha tantos supermercados à porta.
Respondeu-me:
- Olha lá filho, achas que não tenho o direito a ver o padeiro todos os dias ...?
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