quarta-feira, 11 de março de 2009

A minha versão da história de Lolita

Lolita era uma boneca de papelão. A única lá em casa e, sabia Deus, a que custo ...
Disputada por isso mesmo, era lindo ver a sua alegria, andando de mão em mão, recebendo carinhos de todas as suas quatro mães adoptivas por quem cabia repartir aquela maternidade infantil.
Porque os cuidados de mãe passam também pela limpeza e higiene, um dia de manhã, inevitávelmente, Lolita teve de tomar um banho. Mas correu mall: as pernas os braços e o t
ronco ficaram tão moles e tão descoloridos, que parecia morta. Apenas os olhos, aqueles olhos grandes, abertos como que de espanto com o que lhe estava a acontecer, eram o seu único e frágil sinal de vida.
As mães, desesperadas, choravam por elas e por Lolita. Tanto carpiram que a "avó" Miquinhas acorreu aflita por saber a razão de tamanho pranto colectivo.
De todas as quatro mães-criança, a mais
nova e arrebitada é que entre soluços, mas corajosamente, disse a verdadeira razão daquela cena: - " A Lolita morreu !".
D.Miquinhas percebendo a "tragédia" tentou consolar as filhas no colo prometendo-lhes a cura da Lolita.

Com os ânimos meio serenados, as manas lá foram para a escola com o pensamento fixo na hora do regresso a casa, na expectativa de retomarem a sua boneca.
E assim foi chegadas a casa ao entardecer. Lolita lá estava à espera das suas mães criança. Um pouco descolorida é certo, mas seca e riginha, como se nada tivesse acontecido.
- Como foi possível, mãezinha ? - perguntou a m
ais nova delas.
- Foi o sol, meninas ! - respondeu D. Miquinhas
.
- Viva o sol, viva a mãezinha, viva, viva, viva ! - gritaram todas.

Falta apenas dizer que este episódio acabou com duas lágrimas rolando pela face da Lolita. Provávelmente originadas por gotas de água não evaporada resistentes à exposição solar. Ou, então, pela emoção do regresso - assim, simplesmente !
Com um beijo de Parabéns àmais nova das mães de Lolita !


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