segunda-feira, 4 de maio de 2009

Há mãe ...

"O Ministério Público está a acusar duas mulheres, Ana, de 38 anos, e Alexandra, de 28 anos, de terem iniciado uma criança de 5 anos na prostituição, uma situação que terá durado cerca de 3 anos, isto é, até a menina ter 8 anos. Os acontecimentos tiveram início nos finais de 1995 e terminaram em 1999. O caso chegou ontem a julgamento, que decorreu à porta fechada, tendo as arguidas sido ouvidas em separado. De acordo com a acusação a menina, - que é filha de Ana -, era levada pela própria mãe, e pela amiga desta – Alexandra – a duas discotecas em Ponta Delgada e uma em Água de Pau, lugares onde eram dadas bebidas alcoólicas para que a menina tivesse “práticas sexuais de relevo”. De acordo com o Ministério Público, as práticas sexuais eram feitas em “carros abandonados em terrenos baldios”, e/ou em lugares próximo das discotecas. Os homens “apalpavam o corpo da menina”, bem como deixavam que a menina fosse beijada “na boca”, que mexesse “nos pénis”, e que praticasse “coito anal e sexo oral”. A acusação também refere que a menina era levada para “sessões de striptease no feminino para que aprendesse e pudesse fazer igual mais tarde”. O Ministério Público ainda acusa as arguidas de terem iniciado a menina na prostituição, durante três anos, com “intenção lucrativa”. Mais acusa que os homens davam dinheiro e que, às vezes, davam o dinheiro à menina que depois, em algumas situações, era dividido pelas arguidas."

Esta notícia do Diário dos Açores do último 26 de Abril podia encaixar na celebração de ontem "Dia da Mãe". Hoje, poderia aqui dizer que não o fiz porque era um caso de polícia, um tenebroso episódio de alienação maternal e, provávelmente, mais uma vitória (pré)anunciada dos chamados desvios comportamentais dos económicamente menos favorecidos.
Mas não foi. A minha mãe, a mãe dos meus filhos e os restantes biliões de mulheres que por esse Mundo fora "assumiram o dom da criação, da doação e do amor incondicional" (*)- nenhuma delas poderia ter o seu DIA de festa manchado com a nota de um crime tão hediondo.
No entanto, hoje, a Ana - a "mãe" da notícia - merece aqui ficar, pela baixeza do crime praticado ao mediar a prostituição da própria filha, de cinco anos de idade.
(*)- Barbosa Filho

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