segunda-feira, 25 de maio de 2009

Mêtafóra

No tempo em que a caça era uma arte, os caçadores serviam-se de dois animais auxiliares para melhorar a captura de coelhos e lebres: o furão - género de rato grande ou doninha que entrava nas tocas, obrigando-os a saír, e o podengo - o cão maravilha das maravilhas na arte de encontrar tocas e animais. O (grande) problema é que estes dois animais, quando próximos um do outro, estavam sempre desassossegados, em constante provocação.Hoje, o furão está proíbido e os podengos devem estar casa, equipados de pantufas e coleirinhas anti-pulga, há espera que passe a moda dos labradores, rottweillers e pitbulls.
Vem esta diversão a propósito da cena protagonizada, sexta-feira passada no jornal da TVI, pela jornalista Manuela Guedes e pelo advogado Marinho Pinto.
Tanto uma, como outro, fazem agora da (pela) sua vida uma quixotesca cruzada: contra o Poder e contra os Poderes, respectivamente. E, quais "furões" e "podengos" entram nas "tocas" e nos "rastos" da ignomínia, da bufaria, da violação, da injustiça e sabe-se lá mais o quê.
Eles fazem saltar as lebres: por encomenda, por vingança, por loucura ou por ambição. Mas fazem-no.
O pior é que há lebres e há gatos. E, às vezes, há elefantes... mas isso já é caça grossa. Brancos ou não, os elefantes têm muito peso e andam sempre em manadas, protegendo-se !
Assim, percebe-se melhor o vídeo da(s) triste(s) figura(s). Só não há o Caçador.
Mas isso é mais uma mêtafóra da nossa república.

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