Deu-lhe a vida, o leite, o pão, a casa e toda a dedicação e amor que uma mãe sempre dá a um filho - e neste caso ao único filho.
Como paga e ajuda a uma vida inteira só e plena de ingratidão por todo o lado, recebeu nada.
Pior: continuou a dar tudo o que tinha e não tinha, sempre na esperança vã da reconciliação familiar à sua volta que, ora vinha ora ia, numa relação estreita com as horas de chegada de uma renda ou de um abono.
Pior: continuou a dar tudo o que tinha e não tinha, sempre na esperança vã da reconciliação familiar à sua volta que, ora vinha ora ia, numa relação estreita com as horas de chegada de uma renda ou de um abono.
Depois do abandono - quase repúdio - a que esse filho único a votou, os últimos dias desta sua triste viagem passou-os moribunda, acamada na solidão colectiva de um lar de idosos.
Esta semana, no dia do seu aniversário, uma sua zeladora chegou-lhe ao ouvido nota de que o filho telefonara a saber notícias e deixara um beijo de parabéns
Imobilizada pelo seu estado comatoso, Maria esboçou um curto e leve sorriso, quiçá de gratidão pela mentirinha da amiga, e, ao mesmo tempo que uma lágrima rolava dos seus olhos, suspirou a paz eterna, ao lado de Quem a merece.
3 comentários:
Infelizmente, a insensibilidade é uma realidade que nem os gestos de afeto conseguem disfarçar - Carlos Almeida
Não sei se a história é verídica ou se a inventaste, mas que infelizmente retrata a dura realidade, sim, é verdade. Quantas crises existem por aí, além da económica e da financeira e essas outras não respeitam ciclos, vieram para ficar!
Infelizmente, é a (minha) versão de um caso real que acompanhei durante 40 anos, cujo final ocorreu no dia da minha publicação.
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