terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O CEO pode esperar

Em 05/Março/2001 o então ministro do Equipamento Social, Jorge Coelho, demitiu-se do cargo na sequência do acidente registado no dia anterior na ponte entre Entre-os-Rios e Castelo de Paiva, em que um autocarro e duas viaturas ligeiras caíram ao rio Douro após ter ruído o tabuleiro da ponte, causando a morte a 59 pessoas.
Na altura, Jorge Coelho explicou que a sua demissão surgia como inevitável tendo em conta a forma como entendia «o conceito do exercício de poder» e considerando que «a culpa não pode morrer solteira» afirmando, também, «não brincar com coisas sérias», lembrando que que «andava na política há muitos anos». 
Provavelmente, todos estes considerandos pessoais, aliados à vontade de participar na base da resolução de problemas semelhantes à causa material da sua demissão, tê-lo-ão influenciado a elaborar o plano estratégico do grupo construtor Mota-Engil e, posteriormente, a aí desempenhar o cargo de executivo máximo de CEO.

Vem tudo isto a propósito do vergonhoso recente episódio com um acidentado de Chaves que andou 400 Kms até ser recebido num hospital de Lisboa (depois de ter sido recusado nos do Porto e Coimbra).
E vem a propósito porque, contrariamente aos desmentidos governativos, os portugueses são diariamente testemunhas/cobaias do péssimo tratamento matemático que lhes é dado por um Serviço Nacional de Saúde sem meios materiais e humanos por força da régua de cálculo de um governo insensível irresponsável e desumano.

Vem a propósito porque se o ministro Paulo Macedo fosse politicamente sério, só lhe restaria uma solução: demitir-se!
Nem que fosse para, depois (como o "outro") elaborar um plano estratégico qualquer a um desses grupos de saúde que querem "comprar" o SNS.
O resto pode vir depois - o CEO pode esperar! 

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