... recordar uma história com música.
"Bom dia!” – disse ela, ao entrar na cafetaria, cumprindo apenas o ritual da boa educação.
Quis responder, mas o calor da sua voz, os seus traços finos, mas não
delicados e a simetria perfeita das suas formas perturbaram-me tanto,
que o coração pulou, inibindo-me por completo qualquer tipo de reacção.
E nessa paralisia adolescente fiquei até vê-la sair poucos minutos
depois, lançando-me um olhar-sorriso lascivo, desafiante, mas ao mesmo
tempo proibitivo, arrogante.
Morri.
Fosse eu poeta e desesperaria para cantar tamanha transcendência.
Valha-me(?) ser apenas um medíocre contador de estados de alma!