Sete graus - indicava o termómetro quando estacionaram o (mais que) usado R5 em frente à pensão-restaurante Sant'Iria. Ora, é
claro que começar uma tarde de namoro com dois finos e um
prato de tremoços não augurava grandes perfomances.
Mas
as saudades eram muitas, as mensagens sms e messenger já sabiam a
ressesso e, caramba, amor, Amor... só ao vivo e a cores.
Pensão
manhosa aquela; quarto pago, e por ele adentro com beijos e abraços mornos...
de cumprimento; clima, tipo “je ne sais quoi” que nem as
futilidades conversadas amenizava.
Trocaram
as prendas do Natal à porta: um CD “Sheeran” versus um “Poison”
em vaporizador, um bilhete para os U2 compensado com uma entrada na
Calcanhoto. Mais uns afagos de olhares meio quentes, já meio
desafiantes... mas o “je ne sais quoi” teimava inibi-los como se
embrulhados em película aderente.
É
então que lhe surge a ideia de roubar do iphone a sua música preferida.
- Ah Benjamim, se não fores tu... (pensou ele):
“Tocaram a rumba e dancei com ela
e num passo maluco voamos na sala
qual uma estrela riscando o céu!
e a malta gritou: "Aí Benjamim!"
Olhei-a nos olhos, sorriu para mim
pedi-lhe um beijo, la... la... la... la... la...
e ela disse que sim... e ela disse que sim...”
Mas,
querem saber?
Reouvida
a música por mais de dez vezes seguidas, experimentadas todas as
rumbas, valsas, tangos e kizombas possíveis e depois dos incontáveis sins entretanto gritados, o calor e o cansaço
eram tantos que, corpos ainda entrelaçados, entraram na cabine de
duche ansiando por um banho reparador.
Frio!
O
puto do esquentador estava avariado!